Quando eu morrer, dá-me um cravo vermelho, simbolo da liberdade, e leva-me ao mar. Não chores, a vida é o que mais bonito temos e eu procurei sempre viver a minha da forma mais pura possível...
Porque sei sorrir e sei chorar...
Bem-vindo sejas...
Domingo, 13 de Janeiro de 2013
Dias felizes...
Diz-se que um homem nada é sem os seus filhos, uma vez que são estes que, muitas vezes, dão sentido à nossa existência. Por eles tudo fazemos, por eles tudo lutamos, no fundo eles são a nossa maior riqueza e a razão de toda a nossa felicidade. Hoje é um dia feliz, os meus meninos fazem anos, 11 anos o mais velho, 6 meses o mais novo. Hoje, estou feliz...
Parabéns, meus filhos. Amo-vos...
Sexta-feira, 4 de Janeiro de 2013
O menino e o cão...
Fidalgo de seu nome, corre monte acima. A liberdade que lhe permitiu deixar a corrente para trás, triste companheira do resto dos dias, deixa-o inebriado. Mas tal Fidalgo é cão de guarda, pelo que estar preso acaba por ser o normal. O que deixa triste o menino, que gosta de o ver correr amalucadamente, de língua de fora. É por isso que, de vez em quando, o Fidalgo corre livre como o vento, monte acima. E leva atrás de si o menino que chama "Cão, cão, anda cá". E o cão nada lhe liga, já se sabe que está inebriado com a liberdade. São amigos os dois, costumam brincar juntos, de forma adoudada, porque, também já se sabe, estes canzarrões da Serra da Estrela não têm a percepção que são grandes...
No alto do monte, o Fidalgo e o menino acabam por se encontrar. Por entre pinheiros, oliveiras e mato. Um de língua de fora, o outro afogueado da correria, com o rosto cheio de cores bonitas. E vai de ralhar com o canzarrão que, de orelhas arrebitadas, parece perceber que não devia ter corrido monte acima. Nem monte abaixo, já agora. Sempre são quatro pernas contra duas, o que, já se vê, não dá grandes hipóteses ao menino. Mas o menino ralha de sorriso pronto e toca de abraçar o seu amigo canzarrão que, mesmo sentado, continua a ser grande. Com o Fidalgo à trela, seguem os dois então monte acima. Sempre um conversando e o outro arrebitando as orelhas. Agora mais devagarinho porque estão ambos cansados e isto de correr monte acima tira o fôlego...
São engraçados, estes dois. Um ralha, sorri, dá abraços, puxa pela trela e volta a ralhar: "Anda, cão, não é para aí". O outro puxa para o lado contrario, é desobediente, parece igualmente sorrir e também sabe dar a pata. Os dois juntos enternecem, já se conhecem desde aquele dia em que o então cãozito veio da Serra da Estrela, farfalhudo, dentro de uma caixa de plástico com cabeça deitada no colo do menino. E lhe vomitou as calças pelo caminho. E o cão, agora canzarrão, é já grande mas ainda continua a ser cão menino. Nota-se-lhe na forma de brincar e de correr, sempre de forma adoudada. E é por isso que tem de estar preso, não vá algum automóvel apanhá-lo solto e dar-lhe uma pancada. Que o canzarrão da tia Preciosa fez um prejuízo de perto de 500 euros numa carripana, embora conste que a tia foi comida por parva, ficou sem o cão e sem os euros...
Uma pausa para ver o por do sol do alto do monte. Sentados, lado a lado, o cão e o menino traçam um cenário de carinho. Que isto de ser amigo de um cão é para toda a vida. Fala-lhe o menino: "Está quieto, cão, que temos de ir embora". E o Fidalgo aproveita para lambuzar a cara afogueada do menino com aquela língua enorme e molhada. São amigos, nota-se bem. Gostam de estar juntos. Apesar da corrente que no fim do dia regressa ao pescoço do Fidalgo. Mais logo, quando for dormir, e depois de feito o respectivo desenho acerca do passeio, o menino há-de sonhar com correrias monte acima. Que nestas coisas de liberdade, os meninos são como os cães, é soltá-los e deixá-los ir. E, por entre os sonhos, seguramente, há-de sorrir. Já se sabe, sorriem os dois...