Perdoa-me estas lágrimas teimosas, mas dói-me tanto. Fluiu a mágoa que tem andado fugidia, que penso conseguir combater. Mas há alturas em que apenas estas lágrimas fazem sentido. Como hoje. Como agora...
Trabalhei por entre os sorrisos de gente feliz, com a alegria que estes momentos conferem. Mas senti-me só. Por entre as minhas imagens e os meus pensamentos, veio-me a tristeza. E a saudade, queria tanto poder abraçar-te, ter o teu colo para acarinhar o meu viver...
Depois, o regresso a casa, de novo os meus pensamentos. Não me esperas. "Lá fora faz tanto frio" e as lágrimas que deixo correr. Por entre as luzes da noite e o fumo do meu cigarro, por entre as lágrimas e esta chuva que hoje veio. Faz sentido, sempre fez. Lágrimas, chuva, palavras...
Perdoa-me estas lágrimas teimosas. Chove. Vou fumar um cigarro. E falar com a minha amiga chuva. E contigo também. Com os meus mortos. Eles sabem de mim...
Para já, os fins de semana ainda são feitos de Sábado e Domingo, ainda se pode "abobrar" estes dois dias, o sol, a praia e o mar (pelo menos algum) ainda são de borla. E como a parte mais bonita da vida é feita de coisas simples, aproveitem os dias bons e dediquem-se ao lazer. Passear faz bem à mente e descansa o corpo...
Um excelente fim de semana. A gente vê-se por aí...
A vida do homem não é só feita de lutas e contestações, de palavras de ordem e guerras de alecrim e manjerona, a vida do homem é igualmente feita de momentos de lazer e de vadiagens que enchem a alma de encanto. Aqui ficam algumas imagens da Feira Medieval de Coimbra, que já vai na 18ª edição e é, segundo consta, uma das mais rigorosas. Seja como for, ele há coisas que nunca mudam, o tinto há-de ser sempre bom e a carne assada na brasa uma maravilha. E mais nada...
Uma quantidade enorme de gente que mal se podia romper, os cheiros, as cores e sabores que emanam de uma das mais antigas feiras medievais que se realizam por esse país fora, embora já comecem a ver-se coisas que não são seguramente medievais. A típica figura do mendigo leproso, Bazilus de seu nome, meu companheiro durante largos anos, os repteis, as danças, as lutas, as pequenas peças de teatro, o porco pendurado que se vai cortando e assando (a ASAE não apareceu), a musica, enfim uma excelente tarde num local, a Sé Velha, já de si monumento de tempos de antanho...
Recomendo uma visita porque vale mesmo a pena. A gente vê-se por aí...
Josézito,
já te tenho dito
que não é bonito
andares a enganar...
Chora agora
Josézito chora
que te vais embora
para não mais voltar...
Gostei de ver a banhada que José Sócrates levou nestas eleições, apesar de não me agradar nadinha ver os laranjas outra vez na mó de cima. Gostei mesmo muito do cartão vermelho mostrado à governação socialista, cores aparte, apesar da desilusão confessa causada pela subida do PSD. Nunca vamos mesmo aprender...
Porque, no fundo, será sempre mais do mesmo, sendo o PS cada vez mais um partido de direita, escolher entre este e o outro parece-me, de facto, um cada vez maior estreitamento de vistas dos nossos conterrâneos. E sabemos bem, temo-lo sentido na pele, o bom que têm sido para nós ao longo dos últimos trinta anos...
Manda a verdade que confesse, vade retro, aqui e no entanto, um outro motivo de satisfação, no fundo uma espécie de ódiozinho de estimação. Embora não seja de facto um ódio, que nem sei bem como se odeia, é de facto uma satisfação pessoal ver Vital Moreira ser claramente rejeitado pelos portugueses...
Já nem sequer se trata do facto de ser alguém que gravitou na órbita do PCP, apontado até como o substituto do saudoso camarada Álvaro Cunhal. Sendo que esse será difícil de substituir, ainda bem que ficamos com quem estamos porque estamos, seguramente, muito melhor servidos. Habituei-me a que os políticos sejam vira-casacas e a detestar tal, pelo que se não gosto deles entre os outros, menos ainda gosto deles entre os meus...
Vital Moreira teve um comportamento a todos os títulos reprovável durante a campanha. Melhor faria se se dedicasse à pesca. Arrogante, altivo, mesquinho, com um ar de sobranceria herdado do chefe de fila, e ainda bem, ar esse que, de uma forma geral, nós os portugueses não apreciamos. Excepção feita ao Mourinho, mas isso aí é outra loiça porque esse é cagão mas é mesmo competente...
Acho que isto acabou por ser a chamada justiça poética, aquela que tantas vezes nos falha. Quando os eleitores irlandeses rejeitaram o Tratado de Lisboa, Vital Moreira considerou-os ignorantes e já nessa altura achei que este senhor precisava de uma lição. Tardou mas não faltou, como somos todos uma cambada de burros não conseguimos perceber o bem que tal individuo nos queria fazer...
A bem da nossa sanidade, rasteje lá para debaixo da pedra de onde veio, senhor Vital Moreira. E deixe-se ficar por lá a produzir pareces pagos a peso de ouro para justificar imoralidades que são cometidas por esse país fora. Se tiver um bocadinho de vergonha na cara e depois da campanha asquerosa que protagonizou em que de tudo botou faladura, menos naquilo que nós queríamos mesmo saber, largue o tacho e vá à sua vida...
É que agora não há mais razões para confusões, os portugueses que votaram na maioria absoluta de Sócrates, essa cambada de burros mal agradecidos, não gosta mesmo de si e muito menos do seu chefe. E tanto não gosta que no universo de eleitores maioritariamente de "esquerda", o PS foi o único partido que desceu.
E pronto, contra factos não há argumentos. Apenas recordar que, mesmo assim, Sócrates afirmou que o seu Executivo não vai mudar de rumo porque os portugueses confundiram as eleições. Ah pois, como diria o outro, e o burro sou eu?
A gente vê-se por aí...
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