Quando eu morrer, dá-me um cravo vermelho, simbolo da liberdade, e leva-me ao mar. Não chores, a vida é o que mais bonito temos e eu procurei sempre viver a minha da forma mais pura possível... Porque sei sorrir e sei chorar... Bem-vindo sejas...
Sexta-feira, 24 de Abril de 2009
As palavras que nunca te direi...

 

 

 

 

 

 

     Sempre achei que o tempo é o melhor mestre das nossas vidas. E por estes dias vou confirmando isso mesmo. Empilho os dias para que tudo vá, de alguma forma, sendo mais fácil de viver. Porque tenho na mente um sorriso, um olhar e as mãos que tanto me acarinharam, bem como as palavras de tantos que me visitaram e cuidaram da minha alma. Falaram-me do teu sorriso, da tua boa disposição, de teres sempre um dichote para partilhar, mesmo em dias muito difíceis...

     Deixaram-me essas palavras, a par de muitos abraços. De gente que já não via há muito, de outros que todos os dias cruzam o meu caminho. De amigos, de conhecidos, de gente anónima. Porque me faço acima de tudo de palavras e de imagens, refugio-me sempre por aí para levar avante a minha dor e a minha vontade de chorar. De partilhar esta dor maldita que me lancina a alma e me faz correr estrada fora, de noite, com a musica alta e as lágrimas a correr cara abaixo...

     Como na noite do funeral em que atravessei o Mondego na ponte pedonal debaixo de chuva, sozinho, perdido, noite fora, para cá e para lá, falando contigo, chorando baixinho, desejando apenas um pouco de paz. Um cigarro por companhia, palavras que me vinham da dor, da alma ferida, de mais uma traição da vida que tanto amo. De ficar sempre, sempre, sempre a perder. Sempre...

     Eu não sei ainda o que fazer com tudo isto que sinto. Não sei ainda mas sei que um dia saberei. Porque me sinto, a maior parte do tempo, estranhamente calmo. Talvez porque saiba que tudo o que estava ao meu alcance, procurei fazer, talvez porque sinta que mesmo não sendo seguramente o mais carinhoso dos filhos, amparei o teu caminho com todas as minhas forças e com toda a minha entrega. Mas este caminho já não é mais o mesmo, agora há um vazio que preciso de aprender a preencher...

     E sei bem que há-de ser à conta de muitas palavras que hei-de retomar este meu caminho. Algumas que me trarão mais abraços ainda. Que serão elas que me farão lembrar daquele sorriso bonito que vezes demais me soou triste. Porque merecias ter tido mais felicidade na vida, merecias ter recebido uma trégua, essa de que eu já tinha aqui falado em tempos. Alguns dias de paz, sem dores, na companhia do teu netito, numa praia qualquer, de volta do bacalhau à lagareiro que nunca chegámos a ir comer...

     Dezassete anos depois da morte da minha irmã, restou-me na mente a imagem do teu caixão a descer à terra e o saquinho de linho com os ossos da minha irmã, cuidadosamente lá colocados dentro, a ser depositado por cima. Como se tantos anos depois e tanta lágrima chorada pelo teu coração amargurado de mãe, a menina voltasse para o teu colinho. "Já tens a tua menina ao colo", murmurei vezes sem conta por entre as lágrimas e as palavras de conforto que me tentavam entregar...

     Eu não sou de saudades. Procuro viver os dias da forma mais intensa possível para que as saudades não sejam necessárias. No fundo, uma espécie de carpe diem que me permite não sofrer tanto na hora de partir. Protejo-me, apenas. Mas tenho muitas saudades de ti. Das tuas mãos calejadas de volta dos coscorões. Dos abraços ao neto e de ir em busca da colher de pau para o obrigar a comer a sopa. Das conversas de nós e das nossas dores. De uma almoço e de um jarrito de tinto para dar cor ao rosto e luz ao sorriso. Das flores do meu porto seguro...

     Perdoa-me as lágrimas, mãe. Perdoa-me a tristeza, nós que tanto gostávamos de rir. Perdoa-me a saudade, mas sinto a tua falta. Amanhã, que é o dia 25 de Abril, o dia consagrado à liberdade, vou visitar-vos. Acolhe-me. Acolhe as minhas lágrimas. Guarda a minha tristeza. Ajuda-me. Sabes bem que eu um dia hei-de dar a volta a isto tudo, que eu nunca fui abaixo quando a nossa vida foi varrida pela dor, que agora também irei em frente. Eu também sei, mas agora, perdoa-me, dói-me tanto...

 

     Vela por mim, para eu ter força. Amo-te. Para sempre...

 

    


sinto-me: Estranhamente calmo...
música: Deixa-te ficar na minha casa - Filarmónica Gil

vadiado por homem de negro às 13:22
Ligação vadia | Vadia para mim | Vadiagens (5)

Quinta-feira, 16 de Abril de 2009
Diz-me tu...

 

Diz-me

Porque tem de ser assim

Se esse maldito caminho

Algum dia terá fim…

 

Mas diz-me

Sem chorar, sem doer

Embora tudo o que doa

Nos ajude a crescer…

 

Diz-me então

Porque eu já não sei

Que fazer ao coração

E ao tanto que te amei…

 

Diz-me, vá lá

Que mais te posso dar

deste-me esta vida triste

Mas ensinaste-me a amar…

 

Diz-me, peço-te

Que hei-de fazer agora

À alma cheia de nada

E ao tudo que foi embora…

 

homem de negro

poemas vadios

 

 

 

 


sinto-me: Desesperadamente perdido...
música: Os imortais - Mafalda Veiga

vadiado por homem de negro às 14:46
Ligação vadia | Vadia para mim | Vadiagens (4)

Quinta-feira, 9 de Abril de 2009
Esta dor em mim...

 

 

 

6/8/1932 - 7/4/2009

 

 

     Descansa em paz, minha mãe. Já não há mais dores nem mais sofrimento. Foste ter com a minha manita, ela agora cuidará de ti porque mais eu já não posso...

     Cuidem vocês duas de mim, que eu não sei o que fazer com tanta dor e tanta lágrima, que eu não sei o que fazer de mim, que eu não sei o que fazer do tanto que vos amo, do tanto que já não tenho...

     Um dia, eu sei, havemos todos de ver-nos por ai. E seremos felizes. Mas hoje doi demais, hoje sinto-me tão destruído, tão vazio...

     Adeus, mãe. Até sempre. Amo-te.

 

 

 

 

 


música: Ave Maria - Pavarotti
sinto-me: perdido...

vadiado por homem de negro às 00:28
Ligação vadia | Vadia para mim | Vadiagens (15)

Terça-feira, 7 de Abril de 2009
Por amar...

 

Amar é uma inevitabilidade, seja de que forma for...

 

 


sinto-me: ...
música: I am sailing - Rod Stewart

vadiado por homem de negro às 16:25
Ligação vadia | Vadia para mim | Vadiagens (1)

Segunda-feira, 6 de Abril de 2009
Mais um...

 

 

 

 

30 anos. Um novo album. Mais estrada pela frente... 

Eles andam aí...

 


música: Quem é quem - Xutos & Pontapés
sinto-me: A envelhecer...

vadiado por homem de negro às 09:49
Ligação vadia | Vadia para mim | Vadiagens (2)

Quinta-feira, 2 de Abril de 2009
Olá...

 

(fonte: internet)

 

 

 

     Hão-de haver então histórias de embalar sobre cegonhas, abelhas e gafanhotos. E canções cantadas em surdina para que durmas sossegadinha. Hão-de haver então noites mal dormidas e muito embalo junto ao coração. E olhares de carinho e muito amor por tanto te querer...

     Hão-de haver passeios por entre o verde ou em busca da neve. E o azul do mar a meias com o azul do céu. Hão-de haver tons dourados de quando o senhor sol vai dormir. E passitos pequeninos e inseguros a caminho do crescer...

     Hão-de haver pombas e gaivotas para perseguires inutilmente. E sorrisos tristes por não as conseguires apanhar. Hão-de haver abraços de conforto depois de cada tentativa falhada. E carinhos e estímulos para que, mesmo assim, continues a tentar...

     Hão-de haver todas estas coisas e muitas outras que agora não lembra. E vontade de as viver a todas. Hão-de haver muitas histórias para guardar. E, seguramente, vontade de as partilhar...

 

     31 de Março, 23 horas, 3,675 kgs, 49 cm. Sê bem vinda, Sofia. O homem saúda a tua chegada porque acredita que as crianças serão sempre o melhor do mundo. E este mundo precisa de muitas crianças porque, como diria alguém, todos nós queremos deixar um mundo melhor para os nossos filhos, mas poucos de nós se preocupam em deixar filhos melhores para o nosso mundo...

 

     Um beijo vadio, com imenso carinho. A gente há-de ver-se seguramente por aí...

 

 

 


sinto-me: Encantado...
música: Cegonha - Carlos Paião

vadiado por homem de negro às 16:17
Ligação vadia | Vadia para mim

homem de negro
Procurar vadiagens
 
Janeiro 2016
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
11
12
14
15
16

17
18
19
20
21
22
23

24
25
26
27
28
29
30

31


Vadiagens recentes

Parabéns...

Minha querida India...

Amor incondicional...

Amor incondicional...

Procurando...

Coisas que eu sei...

Ora pois...

El comandante...

You and I...

...

Até amanhã, camarada...

Um ano mais....

Dias felizes...

O menino e o cão...

Hoje é sexta feira 13...

25 de Abril sempre?

O tempo e saudade...

Olá...

Até já...

Recordar-te...

Vadiagens guardadas

Janeiro 2016

Novembro 2015

Março 2014

Janeiro 2014

Outubro 2013

Junho 2013

Maio 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Julho 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Setembro 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006

Julho 2006

Junho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Fevereiro 2006

antros de perdição
blogs SAPO
subscrever feeds