Quando eu morrer, dá-me um cravo vermelho, simbolo da liberdade, e leva-me ao mar. Não chores, a vida é o que mais bonito temos e eu procurei sempre viver a minha da forma mais pura possível... Porque sei sorrir e sei chorar... Bem-vindo sejas...
Sexta-feira, 28 de Novembro de 2008
Esse meu caminho...

 

 

As palavras de todos os companheiros de jornada, tornam sempre o caminho mais fácil. Porque ninguém anda sozinho, ninguém foi feito para viver sozinho. E, digo eu, somos uns para os outros...

Obrigado pelos sorrisos que me deixam. Tudo há-de correr bem. Ninguém falta a um bom Bacalhau à Lagareiro assim, sem mais nem menos...

Um excelente fim-de-semana. A gente vê-se por aí...

 

 

 


sinto-me: Com esperança...
música: Don't worry, be happy...

vadiado por homem de negro às 18:50
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Segunda-feira, 24 de Novembro de 2008
Sorri sempre, mãe...

 

 

 

      "Sabes, a coisa que mais triste me deixa é que esta semana o meu menino vai estar lá e eu não estarei para lhe fazer o jantar". As lágrimas correram-lhe pela cara marcada pelo sofrimento e pelas dificuldades da vida. Apertei-lhe a mão, sem saber o que dizer para a confortar, pensando, no entanto, que apesar de tudo era do neto que ela se lembrava...

 

     Foi um fim de semana triste. As notícias não foram as melhores, de facto o joelho inchado e a verter líquidos não eram grande prenúncio. A visita ao hospital confirmou que a última prótese a ser implantada está danificada, tem um parafuso fora do sítio, o que causou o inchar do joelho e a abertura de uma ferida que drena constantemente...

     De acordo com o médico das urgências, por sorte um dos que tem acompanhado a minha mãe nos últimos anos, vão fazer tudo para reparar porque, caso não seja possível, terão de retirar a prótese. Com tudo o que isso significa para a autonomia da minha mãe e sem sabermos nesta altura se o termo retirar significa substituir...

     Os últimos seis meses, o período de recuperação da última operação, correram bem. O fortalecimento e a confiança no joelho, os primeiros passos sem as muletas, o riso aberto por conseguir andar novamente. Por entre tanta operação e tanto sofrimento, depois de tanto tempo de muletas, os primeiros passos sozinha. Como se fosse uma criança a aprender a andar...

     A vida às vezes podia ser mais fácil. Ou então, menos difícil. Nos últimos tempos já se ouvia muitas vezes a luz na voz da minha velhota. No seu enorme e constante sorriso pontuado pelo olhos bonitos e pelas rugas. Pela alegria de ter o neto por perto. Pela vontade de passear. Passou a semana a falar do bem que lhe tinha sabido o almoço e o passeio de Domingo e já tínhamos apalavrado um almoço de bacalhau à lagareiro...

     Deixa mãe, não te preocupes. Eu cuido da nossa casinha, faço o jantar para o nosso menino e para o meu pai também. Agora o importante é que não desistas, embora eu saiba que já são muitas lutas, muita dor, muito sofrimento, muitas lágrimas. Eu sei, um pouco de paz apenas, faz toda a diferença. Eu sei...

     Sorri sempre, minha mãe. Vai correr tudo bem, vais ver. E o mar vai estar sempre lá. E dá sempre bacalhau, portanto cuida de ti que ainda temos tempo...

 

 


sinto-me: De coração cinzento...
música: Forever young - Alphaville

vadiado por homem de negro às 11:37
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Sexta-feira, 21 de Novembro de 2008
Solidários até à medula...

 

 

     Sob o nome que titula este texto, Solidários até à medula, decorre amanhã no Quartel dos Bombeiros Municipais de Leiria, entre as 9 e as 17h00, uma recolha e registo de potenciais dadores de medula óssea. A campanha foi lançada por 4 empresas do Grupo Lena em parceria com a Associação Portuguesa Contra a Leucemia e conta com as participações dos humoristas Nilton e Jorge Mourato, da vocalista dos Gift, Sónia Tavares, e da atleta olímpica Vânia Silva...

     Sendo que importantes somos todos, fica o convite para os que quiserem comparecer. Vamos lá companheiros e companheiras. Esta campanha de solidariedade continua a ter o rosto do Fábio como objectivo principal, mas como este miúdo existem mais pessoas a necessitar de um transplante de medula óssea. E um de nós pode ser o tal...

     Porque um dia pode ser alguém que a gente conheça. Alguém que amemos. O nosso filho. Um irmão. Por isso é que precisamos mesmo de reforçar o número de dadores, especialmente na região centro. Senão, vejamos: estão já registados no norte do país perto de 50 mil pessoas, no sul o número ultrapassa as 63 mil e na zona centro ainda não chegámos aos 16 mil. Como vêem...

     Apareçam. Bem-hajam. A gente vê-se por aí...

 

 


sinto-me: Com esperança...
música: Forever young - Alphaville

vadiado por homem de negro às 17:40
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Quinta-feira, 20 de Novembro de 2008
E suspender o governo, não?

 

 

(fonte: internet)

     Eu até ouvi as palavras de Manuela Ferreira Leite assim a modos com um misto de incredulidade e revolta. Estúpida desta sujeita, pensei cá para com os meus botões, raramente fala mas também se é para dizer isto, mais lhe valia guardar a matraca no saco e ir botar faladura para outras andanças...

     No entanto, eu até sou gajo de pensar nas coisas e adepto da teoria da conspiração, uma espécie de Mulder mais mal-educado, pelo que à hora de almoço, sentado ali à beira da Igreja de Santa Cruz, com o estômago reconfortado por um cozidinho e meia-teca, entre um cigarro, um café e uma rapidinha nos jornais, dei comigo a pensar que as palavras da dita senhora, como de costume, vêm atrasadas e que ela perdeu mais uma excelente oportunidade de ficar caladinha...

     Então, em boa verdade, qual é a diferença entre a actual maioria absoluta ou outra qualquer  e uma suspensão da democracia? Vamos por partes. Por acaso algum projecto de lei que não seja do PS segue em frente? E porventura algum que seja do PS é chumbado? Por acaso alguém que proteste encontra eco junto do governo? E uma classe profissional quase na sua totalidade a dizer que uma medida tão importante como a avaliação foi mal elaborada e que os sufoca com tarefas administrativas encontra receptividade para melhorar essa situação?

     Pois, está-se mesmo a ver que a tão chamada democracia em que vivemos cessou no dia seguinte às eleições. Por muito que Manuel Alegre estrebuche, a verdade é que os seus pares começam a ter tiques fascizantes que assustam quem ainda se lembra, tal é a semelhança com dias de antanho e com medidas igualmente "boas" para o Zé Povinho...

     Sendo assim, para que raio vem estes "pseudo-chocados-com-as-afirmações-bárbaras" de Manuela Ferreira Leite perder tempo e fazer-nos perder tempo com ataques a frases que nos devem mais é fazer sorrir, pelo folclore, e deixar de lado o verdadeiro combate? Sócrates agradece, claro, que a malta pare de falar nas escolas trancadas a cadeado, nos alunos desbaratados a cassetete, nos professores que se atrevem a por em causa as superiores designações que emanam do governo, nos funcionários públicos que querem mais, nos BCPs, nos BPNs, nos ministros que são consultores, nos outros que são sócios de empresas a quem oferecem licenças, etc, etc, etc...

     Parecendo que não, acaba por ser mais um excelente fait-divers do verdadeiro cerne da questão, que é, nem mais nem menos, o desvario da governação socialista, os abusos de poder, o capitalismo do venha a nós e o ámen de quem pode e devia fazer alguma coisa. Preocupa-me ver que as pessoas se ocupam mais com parvoíces do que com os verdadeiros problemas, que assobiam para o lado enquanto Sócrates vai desmantelando o país, atacando alguns poderes instalados, há que reconhecer, mas nunca tocando naqueles que de facto mereciam uma operação furacão, mas que fazem as imundícies que fazem e nunca se lhes toca...

     Quando é que abrimos os olhos? Nas próximas eleições lá vamos escolher outro ditador de pacotilha, incompetente, autoritário, arrogante, ou dar a vez a quem merece, pelo combate, pelo empenho, pela integridade e pela vontade de mexer no status quo? Ovos e tomates? E é preciso serem os miúdos a dar o exemplo? Não por aí quem pregue uma valente pedrada nestes cães rafeiros e os ponha a correr daqui para fora?

     Não, pão e circo é o que queremos. E mínis e tremoços. Basta-nos. E amanhã lá vamos rindo e cantando com o dia ocupado a falar na tareia que os nossos "irmãos" brasileiros pregaram na selecção portuguesa e a deixar de lado tudo o que nos apoquenta. Não temos estudos para essas discussões, é o que é, então mais vale deixar que quem andou na universidade se ocupe dessas tretas de crises inventadas pelo capitalismo para sugar o resto do tutano aos trabalhadores e sacar mais uns milhões emprestadados ao governo...

     E já agora, a talhe de foice, ameaçá-lo com despedimentos sem precedentes se o salário mínimo for aumentado para valores que, mesmo assim, deveriam envergonhar os nossos empresários pelos chorudos ordenados que recebem a troco de ordenados miseráveis e indignos, contribuindo para ajudar no desmantelamento desta nau tão mal governada. Não podem, arreiam, quem não tem dinheiro, não tem vícios, vão trabalhar, pá..

     Em português desse que é considerado uma falta de respeito e que a liberdade e a tal democracia ainda me permitem, deixa-me cá dizer antes que me fechem o tasco: cambada de filhos-da-puta... E levamos 6-2 do Brasil... Porra... Cala a boca, Manuela... E o Magalhães que nunca mais vem...

 

     A gente vê-se por aí... 

 

 


sinto-me: Queres fiado, toma...
música: The roof is on fire - Bloodhound Gang

vadiado por homem de negro às 01:27
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Terça-feira, 18 de Novembro de 2008
Tempo de recordações...

 

 

 

     Não escondo nunca que o meu filho e a minha mãe são as pessoas que mais amo no mundo. Ele porque faz de mim um homem recto e atinado, ela porque me ajuda a sê-lo e porque me ajuda a criá-lo, dentro das suas muitas limitações de saúde e de idade.É por isso que nós três somos muito unidos, acima de tudo pela entrega..

     Face a isto, é certo e sabido que em fim de semana que o meu filho esteja comigo, há vadiagem pela certa, nem que seja um simples passeio até qualquer lado para ver o mar. Faz parte uma almoçarada em qualquer tasco pelo caminho e as maçãs que a minha mãe leva sempre no saco. Eu sou o motorista, ele é o teimoso e ela a boa disposição...

    Domingo, dia de sol, dia de ir ver o mar. Há mais de 20, talvez mais de 25 anos que a minha mãe não ia à Figueira da Foz. Costumávamos passar férias lá, na zona das varinas, em casa de pescadores, ainda tenho, algures, daquelas fotos do cavalinho de madeira, eu um puto de fartos caracóis louros, a minha manita mais rechonchuda e morena...

     Começamos pelo almoço, à entrada da Figueira, o meu filho sempre a fazer parvoíces, a minha mãe sempre a desculpá-lo, gosto da cumplicidade destes dois. Um jarro de tinto pôs a velhota ainda mais bem disposta e corada, com o sorriso a saltar com mais facilidade. E com um brilho no olhar ao ver locais que já não reconhecia do tempo em que nos trouxe a passar férias aqui...   

     Rumámos à Gala, até ao Cabedelo e à praia do Hospital, uma futebolada com o meu rapazito, um passeio num dos molhes e o meu filho a fazer das dele, atrás das gaivotas com a máquina fotográfica (há sempre um cromo para correr atrás das gaivotas) e o mar, com a maré a encher, a fazer das suas e a atirar-se para cima de nós em ondas fortes e altas. Por muito pouco o banho não foi completo...

     A tarde continuou com uma gelado comprado na Varina, Buarcos, daqueles de sujar a roupa que os pais querem que os miúdos tragam sempre limpa, a gozar os últimos raios de sol e esperando pelo pôr-do-sol que costuma ser um espectáculo por aqui. A velhota ficou sentada no carro, já cansada, eu e o puto empoleiramo-nos nas rochas da marginal para ver o espectáculo...

     É como sempre digo, às vezes as coisas mais bonitas da vida são as mais simples, basta saber apreciá-las. E Buarcos traz-me muitas recordações dos meus tempos de menino e das diversas fases do meu crescimento. Por aqui arranjei namoradas, por aqui dormi na praia, por aqui fiz algumas habilidades com cachopas, por aqui tive noites de monumentais bebedeiras. Por cá venho agora para continuar a estar bem...

     O meu Domingo foi feito de sorrisos largos, um ou outro berro ao mais pequeno, muitos abraços, muitos olhares, muita boa disposição e aquela luz especial que encontramos na Praia da Claridade e que me faz voltar aqui sempre com o mesmo encanto. Ah, e com este lindíssimo pôr-do-sol que aqui trazemos, uma foto do pai, outra do filho...

     A gente vê-se por aí...

 

 


música: Figueira da Foz - Maria Clara
sinto-me: Vadio...

vadiado por homem de negro às 10:08
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Segunda-feira, 17 de Novembro de 2008
Um outro sorriso...

 

 

     É certo que venho tarde, mas a verdade é que venho seguro. Foi quase uma semana sem conseguir falar com a minha amiga Cristal, mas ontem à noite lá chegámos à fala, para trocar sorrisos acerca do seu recém-nascido filho, Diogo de seu nome. Nasceu há cerca de uma semana com 3,100 kg e 49 cm, raças do moço deve ser um tartulho, de parto natural, numa hora pequenina, que é como se quer...

     Parabéns, caríssima, fico muito feliz por ti, sabes bem que estás guardadinha aqui num canto deste coração vadio e que tudo o que te faça feliz me deixa feliz. Sei bem o que passaste para conseguir alcançar esse bebé e o quanto a tua gravidez foi difícil, pelo menos no que toca a enjoos...

     Quanto a ti, rapazito, bem-vindo sejas a esta vida, a tua mãe é boa cachopa, portanto trata de lhe dar todo o amor e carinho que ela merece, para que os dias dela sejam feitos de muita alegria e felicidade. Já é assim neste momento, deu para ouvir a luz na voz dela, a meias com os teus barulhinhos de satisfação, mas esmera-te ainda mais em ser feliz a par dela...

     Porque eu acredito que toda a felicidade do mundo reside em fazer alguém feliz. Um beijo vadio no sorriso que encanta o homem, desta vez a gente vai mesmo ver-se por aí...

 

 


música: Cinderela - Carlos Paião
sinto-me: Sorridente...

vadiado por homem de negro às 12:55
Ligação vadia | Vadia para mim

Quinta-feira, 13 de Novembro de 2008
O amanhã do hoje...

 

 

     Os dias da nossa vida não são todos iguais, eu sei. Sabemos todos, mas a verdade é que cada um lida com os problemas à sua maneira. Por isso é que somos todos diferentes e, tantas vezes, todos iguais. Um factor comum que acaba sempre por nos unir é aquilo que a musica nos transmite, os estados de alma, as tristezas, as alegrias, a felicidade, a cumplicidade, a companhia que às vezes nos basta...

     Deixo-te este tema. Uma letra que se adequa, uma voz que nos enche a alma. Porque amanhã é sempre um novo dia, por mais que pensemos que não, amanhã haverá sol novamente, amanhã o frio volta, amanhã os castanheiros voltarão a abrir para nos oferecerem sorrisos. Simples. Como nós. Como tu...

    

     A gente vê-se por aí...

 

 


música: Fico até adormeceres - Paulo Gonzo
sinto-me: Rondo-te...

vadiado por homem de negro às 15:00
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Quarta-feira, 12 de Novembro de 2008
Somos uns para os outros...

 

 

 

     De facto, não me surpreendeu a presença de tanta gente, de alguma forma ainda acredito que os seres humanos são capazes, em determinadas situações, de responderem à chamada. A divulgação nos jornais, na radio, na net, de boca em boca, nos cafés, levou a que as pessoas tivessem ido em massa, alguns até em camionetas fretadas para o efeito...

     Fomos mais de 800, de acordo com o Diário de Coimbra. O Centro de Histocompatibilidade de Coimbra só fechou quando não havia mais ninguém para inscrever, os funcionários foram incansáveis no atendimento de todos os voluntários, até dos cromos como eu cujas veias é o diabo para encontrar...

     Resta-nos, agora, esperar e desejar o melhor, que no meio de nós exista alguém que possa dar ao Fábio aquilo que ele tanto necessita. Para os que acreditam, há que rezar, seja qual for a religião, para os outros há que esperar e pensar positivo...

     Apenas uma pequena achega, o Centro de Histocompatibilidade de Coimbra funciona em rede a nível nacional e internacional, ou seja, quem o desejar pode inscrever-se na sua área de residência que a rede se encarregará de fazer chegar a informação onde ela for necessária. Mais, no caso de Coimbra, existem equipas que se deslocam para fazer recolhas de pessoas que por alguma razão não o possam fazer e creio que nos outros hospitais acontecerá o mesmo...

     Bem hajam, companheiros e companheiras. A gente vê-se por aí...

 

 

 


sinto-me: positivo
música: caravan of love - housemartins

vadiado por homem de negro às 00:02
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Quinta-feira, 6 de Novembro de 2008
Vamos ajudar o Fábio?

 

 

 

 

     Chama-se Fábio, tem 16 anos, frequenta o 11º ano e quer ser engenheiro mecânico. No entanto, uma leucemia detectada no início do ano levou a que tivesse de passar pelos processos de quimioterapia e, agora, pelo transplante de medula óssea. Para tal é preciso que exista um dador compatível, pelo que se tem multiplicado as recolhas no distrito de Coimbra, sendo que até agora, apesar da imensa vontade de ajudar de tantos anónimos, não surgiu qualquer dador compatível. Nem mesmo num banco de dadores internacional...

     A boa vontade é, no entanto, daquelas coisas que nunca acaba, bem assim como a possibilidade da existência de dadores compatíveis, pois basta apenas um. No entanto, para que tal seja possível e porque muitos voluntários não tem possibilidade de fazer a sua doação durante a semana, o Centro de Histocompatibilidade dos Hospitais da Universidade de Coimbra estará aberto no próximo Sábado, dia 8, entre as 9h e as 17h00, com fecho para almoço das 12h30 às 14h00, no sentido de poder abranger um universo maior de voluntários...

     A mãe do Fábio sensibilizou o pessoal do Centro para abrirem neste dia, os profissionais, solidários, empenharam-se em satisfazer este pedido, acho que só faltamos mesmo nós. Eu sei que eu vou, mais hora, menos hora, por isso só ficas mesmo a faltar tu. Sabes, é que, um dia, pode mesmo ser o teu filho...

     Ah, e se estes argumentos não te convenceram, resta-me apenas dizer que o transplante de medula óssea tem de ser feito, impreterivelmente, até ao fim do ano. Vamos ajudar o Fábio a ser engenheiro?

 

     A gente vê-se por lá...

 

 


música: caravan of love - housemartins
sinto-me: solidario...

vadiado por homem de negro às 17:30
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Terça-feira, 4 de Novembro de 2008
Por entre os pingos...

 

 

     Gosto de passear à noite em cemitérios. Gosto daquela paz iluminada que encontro em cada 1 de Novembro, o designado Dia de Finados. De dia, as flores e os respeitos que se prestam a quem partiu, de noite o descanso feito de luzes trémulas a cada toque de vento...

     Vou por lá nesses dias. Aqui, a minha manita Elsa, que cedo demais partiu, ali, a Isabel, minha companheira durante um ano, mais lá longe o Paulão, um dos elementos da "tribo dos amigos do atum", lá mais longe ainda, tão longe que fica para outro dia, o Paulito que escolheu a morte para fugir da vida...

     Subo a vereda, por entre as campas. Chego lá e saúdo "olá companheiro" ou então "companheira". A campa da minha irmã, arranjada por amigos que ainda voltam passados 17 anos, estava simples e lindo, como simples e linda vive nas nossas recordações. Os outros que fui visitando, pedras negras e pedras brancas, muitas velas, lágrimas ainda, carinho em pais que tanto sofreram, carinho em mim que por cá venho...

     Mas gosto mesmo é de vir à noite e olhar a paz iluminada que me entra na alma, que me deixa de bem com a vida, por entre estes marcos de morte. Chove, pequenas gotas, vem companheira, abraça-me, abraça-nos, toma nossas lágrimas e leva a nossa tristeza...

     Segunda feira, tempo de voltar ao trabalho, na companhia do meu colega que quase ia morrendo com uma pancreatite aguda. Aí está ele, mais magro, com menos cabelo, mas vivo e a mexer, cheio de energia. Dois meses de coma induzido e sete meses de recuperação trouxeram-no de volta à nossa companhia e, especialmente, à companhia dos filhos e da esposa, enfermeira dedicada e sempre atenta...

     Chego e saúdo "Olá companheiro", pergunto como vão as coisas, começamos a trabalhar como sempre, como se nada tivesse mudado. E nada mudou, desta vez sobreviveu a vida, a morte foi levada de vencida. É como ele diz, foram nove meses, nasceu outra vez. Bem-vindo sejas companheiro...

     Mais um dia, outro dia, um outro ainda. Lado a lado, sempre de mãos dadas, a vida e a morte, meus eternos companheiros, no fundo camaradas de todos nós. Lá vamos indo, encontrar-nos-emos um dia , talvez à noite num cemitério iluminado, cheio de luz e de paz...

 

     A gente vê-se por aí...

 

 

 


sinto-me: Chove de mansinho...
música: Knocking on heaven's door...

vadiado por homem de negro às 19:11
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