Por não saber, tantas vezes
Como hei-de reagir
Ao querer fechar os olhos
A coisas que não sei sentir...
Talvez cansado, já nem sei
Dores amargas, desvanecimento
Quero tanto fechar os olhos
Deixar vir o esquecimento...
Apetece-me ir, apenas
Sinto demais o querer
Será cansaço, que sei eu?
Ou a vida apenas temer...
E, baixinho, de voz doce
Que assim chama, ardente
Sussurra palavras, estranhas
Perdido no olhar, tão quente
Semi-cerra, querendo
Nas nuas mãos, o olhar
Prova-lhe o corpo, ternura
Lábios unidos, de amar
Momentos únicos, dos dois
Perdidos no tempo, tão real
Sentida loucura, bem dentro
Dois corpos em entrega, total...
Eu já nem me lembro muito bem de dormir assim tanto, mas esta noite consegui ir para a caminha às 11 da noite, nada de internet, nada de telefones, nada de trabalhos de fotografia, apenas lavar a louça e cuidar do meu menino. O jantar ficou por conta da minha mãe que ontem já não teve qualquer pontada no joelho e resolveu, ela mesmo, ter o jantar pronto para quando os dois filhos dela chegassem a casa...
Diga-se em abono da verdade que me deu em troca um montão de louça para lavar, coisa que eu detesto, mas só o facto de a ver bem disposta e sem dores, a começar a ter outra cor no olhar e já a sorrir, torna o resto em nada comparado com isso tudo. Velha de fibra...
A verdade é que às onze horas resolvi fechar a loja e foi até às 7h30 da manhã. Que delicia, acordei muito bem disposto e o meu amiguito lá tomou o pequeno almoço e vestiu-se, sozinho, e bota Limp Bizkit a caminho da escola. Curtimos estes momentos musicais a meias, seja a musica qual for, mesmo no dia em que ouvimos repetidamente a musica do sapo, porque ele quer, e ele me pergunta porque é que o sapo da televisão tem pila se os sapos não têm pila...
Explicar a um puto de seis anos coisas acerca do aparelho reprodutor é complicado até porque ele não se manifesta muito interessado. Opto pela via mais do agrado dele, "Pá, aquilo é um desenho animado, um filme, e nos filmes tudo pode acontecer. O que não quer dizer que seja verdade". Parece aceitar e manifestar-se satisfeito. Enfim, com esta já consegui lidar...
Nos dias que correm, a vida tem sido uma correria. Por outros que não eu. Mas sinto-me bem e estou bem, a vida também é feita de dias assim em que a nosso bem estar reside no bem estar dos outros. Vida alinhada...
Saúde, companheiros e companheiras... A gente vê-se por aí...
De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípio de 80 não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.
Não tínhamos frascos de medicamento com tampas "à prova de crianças" ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas.
Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes.
Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags - viajar à frente era um bónus.
Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem. Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora.
Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso.
Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Depois de acabarmos num silvado aprendíamos.
Saímos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer. Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.
Não tínhamos Play Station , X Box. Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na Internet.
Tínhamos amigos - se os quiséssemos encontrar íamos à rua.
Jogávamos ao elástico e à barra e a bola até doía! Caíamos das arvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal.
Havia lutas com punhos mas sem sermos processados.
Batíamos às portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados.
Íamos a pé para casa dos amigos. Acreditem ou não íamos a pé para a escola; não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem.
Criávamos jogos com paus e bolas.
Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem, eles estavam do lado da lei.
Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre. Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas.
Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.
És um deles? Parabéns!
Passa esta mensagem a outros que tiveram a sorte de crescer como verdadeiras crianças, antes dos advogados e governos regularem as nossas vidas, "para nosso bem". Para todos os outros que não têm idade suficiente pensei que gostassem de ler acerca de nós. Isto, meus amigos, é surpreendentemente medonho... e talvez ponha um sorriso nos vossos lábios:
A maioria dos estudantes que estão nas universidades hoje, nasceram em 1986...chamam-se jovens. Nunca ouviram "we are the world" e uptown girl conhecem de westlife e não Billy Joel. Nunca ouviram falar de Rick Astley, Banarama ou Belinda Carlisle. Para eles sempre houve uma Alemanha e um Vietname. A SIDA sempre existiu. Os CD's sempre existiram. O Michael Jackson sempre foi branco.
Para eles o John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que aquele gordo fosse um dia deus da dança. Acreditam que Missão impossível e Anjos de Charlie são filmes do ano passado. Não conseguem imaginar a vida sem computadores. Não acreditam que houve televisão a preto e branco.
Agora vamos ver se estamos a ficar velhos:
1.. Entendes o que está escrito acima e sorris
2.. Precisas de dormir mais depois de uma noitada
3.. Os teus amigos estão casados ou a casar
4.. Surpreende-te ver crianças tão á vontade com computadores
5.. Abanas a cabeça ao ver adolescentes com telemóveis
6.. Lembras-te da Gabriela (a primeira vez)
7.. Encontras amigos e falas dos bons velhos tempos
SIM ESTÁS A FICAR VELHO!!
Mais uma recuperação de uma delicia publicada dois anos atrás que trouxe do já falecido e muito saudoso blog do alentejano. Um abraço companheiro, por onde andares...
A gente vê-se por aí...
Uma semana depois, foi tempo de arrumar a mala e percorrer o caminho de volta a casa. Alguns abraços das meninas do Centro Cirúrgico de Coimbra à minha velhota, de facto o pessoal daquela casa é cinco estrelas, quer em profissionalismo, quer em carinho para com os doentes. Todos, desde enfermeiros e enfermeiras, recepcionistas, auxiliares, médicos, todos sem excepção fazem da simpatia e do carinho forma de estar perante os doentes. Bem hajam...
Fico a pensar que precisávamos de mais locais assim, onde os nossos doentes e os nossos idosos fossem tratados com a dignidade que merecem os seus cabelos brancos e os seus muitos anos de vida e de contribuições para o país. No entanto, a verdade é que a minha mãe foi operada ali porque o Serviço Nacional de Saúde que o Estado está a tentar destruir não tem capacidade e como tal emite vales-cirurgia para estes efeitos, o que eu considero uma boa medida, apesar de, mesmo assim, ter estado mais de 3 anos à espera das operações aos dois joelhos. E para quem tem problemas de locomoção...
O tempo agora é de recuperação, pelos menos dois meses com as muletas e depois fora com elas, conselho do enfermeiro que fez a fisioterapia inicial, que é para não se habituar. Umas pontadas muito fortes na zona operada que a fazem quase gritar de dor e um fastio danado para comer são as barreiras a vencer agora, logo vou cedinho para fazer umas batatinhas com bacalhau, cenoura e ovinho, gosta a avó e adora o neto. Precisa agora é de descansar e não forçar o joelho para que as coisas corram bem, comigo a dar-lhe as injecções na barriga e os medicamentos para que recupere o mais rapidamente possível...
Este texto é também para agradecer as palavras que me deixaram aqui, companheiros e companheiras, as que me disseram pelo telefone e as que me disseram pessoalmente, de facto é bom saber que há sempre alguém que se lembra de nós. Reforçaram ainda mais a ideia que trago em mim, de que somos uns para os outros...
Saúde, companheiros e companheiras... A gente vê-se por aí...
Matei a lua e o luar difuso.
Quero os versos de ferro e de cimento.
E em vez de rimas, uso
As consonâncias que ha no sofrimento.
Universal e aberto, o meu instinto acode
A todo o coração que se debate aflito.
E luta como sabe e como pode:
Da beleza e sentido a cada grito.
Mas como as inscrições nas penedias
Tem maior duração,
Gasto as horas e os dias
A endurecer a forma da emoção.
Miguel Torga
Já não têm contas as muitas consultas a que fui contigo, as vezes que te levei à farmácia, as vezes que te levei ao hospital, as muitas operações que já fizeste, os dias de ferias que vou tirando para andar contigo. És a minha gaja mais que tudo, portanto tenho que me chegar à frente. De ti, apesar das demasiadas adversidades que tens sofrido ao longo da vida, lembro sempre o teu olhar verde, que me deu o meu, e do teu constante sorriso. Apesar das muitas dores que te rasgam o corpo, que não te dão sossego, que não te deixam ter vontade para mais...
Embevecido, vejo o meu meninito, aquele que, apesar de todas as mazelas que o teu corpo cansado tem, me tens ajudado a criar, correr para ti, abraçar-te e dizer "Eu gosto tanto de ti, avozinha". Ele sabe o bem que lhe fazes, as sestas, o peixe preto, o bacalhau e um ovinho, o puré com frango, as sobremesas doces, as peras descascadas a meias com a casca toda a sair de uma vez só. Coisas vossas, no fundo também sei que ele te ajuda a levar dias mais risonhos, para que outras memórias se vão...
Tal como ele, eu também sei o bem que me fazes. Por isso estarei sempre disponível para ti, mesmo quando a vida quase não me permite respirar com os meus próprios problemas hei-de arranjar sempre forma de te dar a mão. Nem que seja só para irmos comer um gelado no paredão de uma praia qualquer. E ver o mar. Porque serás sempre o meu porto seguro...
Ontem, lá te levei para mais uma operação, desta vez ao outro joelho para ver se recuperas o andar sem dores e, acima de tudo, sem as muletas. Não que acredite que voltes a andar completamente bem, mas se o fores fazendo sem doer acaba por ser muito bom, aumenta a tua qualidade de vida. E eu dou uma ajuda naquilo que puder, lavo-te a loiça, ponha a roupa na minha máquina, ajudo-te a limpar a casa, vais ver que havemos de nos rir destes dias...
Já falei contigo hoje, que ontem quando lá fui mais o teu neto ainda não tinhas saído do bloco. Já sei que a operação correu bem mas que ontem à noite estavas agitada, telefonei às onze horas da noite e disseram-me que te iam dar qualquer coisa para descansar. Hoje ouvi a tua vozinha debilitada, de quem passou por um mau bocado, mas com aquele positivismo que sempre transmites. Já se ouve a luz na tua voz...
Daqui a pouco como uma apressada sandes e vou lá ver-te. E à tarde levo o teu neto para que sorrias e ouças de novo "Gosto muito de ti, avozinha". Porque eu também gosto muito de ti mãe, hei-de estar sempre por aqui para te ajudar. Como sei que estás sempre aí para mim. E não me esqueço que quando andares melhor iremos até Santa Maria Adelaide cumprir uma promessa antiga tua que já nem sei bem qual é, mas da qual sempre me recordas: "Quando eu estiver boa, temos de ir a Santa Maria Adelaide"...
Rápidas melhoras, velhota... Amo-te...
Arrumo os pensamentos
ali, naquele cantinho da memória.
Guardo os sentimentos,
fazem parte da minha história
Penduro as minhas ideias,
num armário de recordações
Ao lado ficam os meus sentires,
no baú das emoções
Deito fora a saudade
Dessa não gosto, nunca gostei
Lembra-me que sou gente
Recorda-me que já amei…
Restam-me as amizades
São já bem poucas, é certo
A vida é feita de ir e vir, eu sei
Haverá sempre alguém por perto…
O defeito é meu, sei bem
Inquieto ser, sempre à procura
De outras vidas me alimento
Parasita serei, filho da loucura…
Tudo no seu lugar, posso ir
Em busca de um pouco de paz
Luto ainda por dias de azul
Deixar a tristeza para trás…
homem de negro
poemas vadios
Bob Geldof, músico activista que organizou nos anos oitenta o Live Aid, veio ontem a Lisboa falar sobre desenvolvimento sustentado. Foi quando defendia o "papel muito importante que Portugal terá no século XXI" para mudar a relação entre o mundo desenvolvido e África que surgiu a frase que marcou a conferência: "Angola é gerida por criminosos." Um representante de Angola que estava na sala levantou-se e saiu.
Depois de se escusar a comentar o caso, a embaixada de Angola divulgou também um comunicado 'de repúdio', onde afirma mesmo que 'não deixará de tomar as medidas legais que considere apropriadas para repor a verdade dos factos'.
Uma polémica que passou ao lado de Bob Geldof. O irlandês, que desde os anos oitenta trocou a vida de estrela da música pop para se dedicar a combater a fome e as injustiças sociais, não se deteve. 'As casas mais ricas do Mundo estão na baía de Luanda. São mais caras do que em Chelsea [bairro rico de Londres]', criticou. O Mundo está a mudar e os países que antes não tinham economia podem hoje marcar a economia mundial, disse ainda o irlandês. Angola, referiu, é um deles. E Portugal também. 'A ideia de que Portugal é um país pequeno, que não tem voz, não é verdade.' Até porque, tal como Espanha, será o primeiro a sofrer com a crise alimentar em África.
'Desenvolvimentosustentado quer dizer que nós gastamos mais do que aquilo que a natureza pode regenerar.' Apesar de admitir que as pessoas tendem a não acreditar nos discursos sobre o tema, Bob Geldof foi claro: 'O futuro não será o que nós imaginávamos. O Mundo é pobre. Estamos a ficar sem espaço, sem comida, sem água, sem ar. E sem tempo'. E, tal como no passado, 'as guerras serão devido à falta de recursos'.
PERFIL
A mãe morreu cedo e o pai vendia toalhas pela Irlanda. Foi enquanto criança, quando passava os dias sozinho a ouvir rádio, que percebeu aquilo que é ainda um lema para si: 'A língua franca de hoje não é o inglês, o espanhol ou o português, é a música pop.' Depois de abandonar os Boom Town Rats tornou-se um músico de causas. De 1984 a 1986 conseguiu angariar 120 milhões para os pobres em África. O concerto Live Aid valeu-lhe o reconhecimento mundial. Depois disso criou a Band Aid Trust, aTV Planeta 24 e fez o Live 8.
Antes de teres aberto o mar
antes de teres virado o rio
eu era alguém às costas de outro alguém
Trouxeste mais contradições
trouxeste mais opiniões
e agora eu sou mais outro Zé-Ninguém
Finalmente só
Finalmente a sós
Quando eu já estava a sossegar
quando eu já estava a adormecer
vi-te dançar e a minha paz morreu
Odeio a luz do teu olhar
quando não brilha só p’ra mim
pensei que fosses um brinquedo meu
Finalmente só
Finalmente a sós
Jorge Palma
Um excelente espectáculo que terminou com esta musica, de todas as que conheço de Jorge Palma a minha favorita...
A gente vê-se por aí...
Madrugada fora, de novo sem dormir.
O sono não veio outra vez, raios partam isto.
As palavras que vou escrevendo.
Um cigarro mais, outro ainda.
Não me apetece a televisão,
nem qualquer filme.
Apenas a tentação de te telefonar.
Dizer-te que gosto de ti.
E que tenho saudades de nos ouvir rir…
Olho vezes sem conta o telemóvel,
à espera de uma mensagem
Mas fui eu que me fui embora,
não tenho porque esperar…
O dia já aí vem, ouço os galos.
A passarada começa a chilrear.
E o sono que não veio, outra vez…
Talvez amanhã eu consiga.
Senão, olha, volto por aqui
E escrevo mais umas palavras
Neste caderninho, que dorme aqui comigo,
na mesa-de-cabeceira, a meias com alguns livros.
Que não me apetece ler.
Apesar de ter devorado um do Manuel Tiago…
Mas o sono mesmo assim não veio
Caraças, nada me apetece…
Podia ir fotografar mas não há luz que chegue.
E depois ia-me lembrar de outras imagens que não fiz.
E também não me apetece lembrar.
Que merda de vazio…
Logo mais à noite vou até ao queimódromo
Ouvir Jorge Palma, vestir-me de negro
O homem vai à procura da música
Para poder sossegar a mente…
Não que me apeteçam pessoas,
Não que me apeteça especialmente ir…
Embora a música de Jorge Palma faça sentido.
Que merdice de fase, porra.
Deve ser do cansaço e da mente vazia…
Acho que vou mas é preparar o pequeno-almoço
Pão, fiambre, croissants. Leite parece-me bem.
E café, para a casa ficar a cheirar a família
Sempre deixa de cheirar a solidão, isso é bom.
Mas sinto-me muito cansado, tão cansado
Mesmo assim não me apetece sair daqui,
Deste refúgio onde ninguém vem
Combater-me sem dormir é complicado…
E depois esta maldita que me tomou de ponta
e me faz tossir e espirrar, doi-me o peito...
E não quero merdices para dormir, não me apetece
Outra vez, que raio…
Talvez, logo, com a música e vadiar de bar em bar,
me venha o sono. Ou talvez não.
Que de outras vezes ainda me despertou mais a nostalgia
E dei comigo a chorar no meio de um concerto
E, claro, também não me apetece a nostalgia.
Nem chorar…
Olha, não há gás. Se não há gás, não há café,
Leite frio não me parece, pão seco também não
Que raio, esqueci-me do gás.
Deve ser do cansaço, sinto-me tão cansado…
Um banho de água fria, a esta hora?
Vai fazer-me bem, pelo menos desperta-me…
São 7h30, acho que vou trabalhar.
Não é que me apeteça, mas…
Preciso de comprar gás…
Talvez amanhã eu consiga dormir…
Isso, apetecia-me mesmo era dormir…
Se empilharmos os dias como tijolos, vivemos mas não existimos. E eu gosto de viver, mas luto acima de tudo para existir...
Quase rezava, eu que sou agnóstico, para que o dia de hoje chegassse e pudesse voltar ao ritmo normal. Embora muitas vezes deteste o que se chama ritmo normal devido à criação de rotinas e procure sempre ir por coisas diferentes, a verdade é que, às vezes, saber que se pode contar com dias normais também ajuda a ir tocando o barco...
No entanto, a verdade é que me sinto extremamente cansado, quer pelos dias da semana passada em que o sono me falhou como as notas de mil, quer pelo constante bombar desde sexta até ontem à noite, em que finalmente consegui passar algumas horas a fazer de pai. De máquina às costas em busca de imagens unicas para mim, mas todos os anos feitas por todos nós...
A Queima das Fitas, que começou na sexta-feira com a serenata monumental, é, em parte, responsável por tal. O resto foi fotografar um casamento lá para os lados de Albergaria e ontem o cortejo dos estudantes que encheu de gente a minha cidade. Muita loucura, muito alcool, muito calor, muita gaja boa, muitos pais e mães a perdoar as figurinhas de muitos filhos, muita gente nas ruas, muito um pouco de tudo...
Por junto, fiz cerca de 2.500 imagens e dormi para aí umas 12 horas nas três noites. Mas foi bom. Foram bons, estes dias. Mantive a cabeça ocupada e sempre a girar, assim não há tempo para pensamentos menos profícuos. E esta semana vamos lá a ver como vai correr, provávelmente haverá alguma fotografia para fazer, acho que vou ver o Jorge Palma, este ano não há Xutos & Pontapés, para mim a queima sem xutos não é, de facto, a mesma coisa...
Uma excelente, semana, companheiras e companheiros... Fiquem bem, a gente vê-se por aí...
Há noticias que nos deixam um sorriso de orelha a orelha e muita felicidade no coração. De facto, saber que chegaste lá e que daqui a uns tempos andarás de barriga enorme e cheia até cima, deixa-me muito, muito feliz. Porque gosto muito de ti e porque tens sido um espectáculo ao longo destes últimos anos...
Parabens , especiais neste dia da mãe. Tive de bater a cidade procurando um computador para te deixar este beijo enorme e muito, muito sentido, do fundo do coração. A perseverança compensa sempre, companheira...
Hoje é dia da mãe, deveria talvez deixar um texto para a minha própria mãe, mas essa tem-me todos os dias e todos os dias a amo. Neste caso, há um pequenino ser que traz consigo toda a felicidade do mundo, tudo aquilo porque lutaste até agora que merece já as minhas modestas palavras e o meu imenso carinho...
Deixo-te uma das flores da minha mãe para homenagear a futura mãe que vais ser...
Parabéns. Obrigado por teres partilhado uma coisa tão importante comigo, por seres quem és, por seres minha amiga...
A gente vê-se por aí...
Maldita sejas, vida
Que escarneces de mim
Dás-me pedacinhos de viver
E me fazes sofrer assim…
Não te quero mais. Vai-te
Deixa-me à minha sorte
Se me dói tanto este viver
Ai, doce sono da morte…
Nunca mais, grita-me o ser
Não quero este viver triste
Lágrimas, tristeza, solidão
É só isto que existe…
Cada dia, um novo dia
Mas, de sempre, desdita igual
Grito, louco, vazio
Alma errante, vadia, marginal…
Mais não, dói demais
Coração partido, não sei viver
Covarde sou, tenho tanto medo
De um dia já não querer…
Maldita sejas, vida
Não quero mais sofrer
Hás-de parar horrível dor
No dia em que eu morrer…
homem de negro
poemas vadios
- recantos vadios
- velha paixão
- fotografia
- poesia
- musica
- copo e bucha...
- vadiagens de outrora