Quando eu morrer, dá-me um cravo vermelho, simbolo da liberdade, e leva-me ao mar. Não chores, a vida é o que mais bonito temos e eu procurei sempre viver a minha da forma mais pura possível... Porque sei sorrir e sei chorar... Bem-vindo sejas...
Terça-feira, 29 de Janeiro de 2008
Encontre as diferenças...

 

Lembram-se dele?

Agora já está assim...



vadiado por homem de negro às 13:18
Ligação vadia | Vadia para mim | Vadiagens (6)

Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2008
Efemérides vermelhas...

Eusébio, 66 anos de idade cumprem-se hoje... Um país sem monarquia vai ter de se levantar e saudá-lo, o rei faz anos...

Miki Feher, 1979 - 2004.

Injustamente expulso do jogo da vida há quatro anos atrás...



vadiado por homem de negro às 10:44
Ligação vadia | Vadia para mim | Vadiagens (2)

Quinta-feira, 17 de Janeiro de 2008
Em dias assim...

 

 

 

     Não me lembro de ter vivido dias tão difíceis no que toca à parte económica. De facto, com 3 vencimentos em atraso, não há poupança que resista, todo o dinheiro tem que ser criteriosamente gasto, quer comigo, quer com o meu filho. Não há espaço para grandes devaneios, o que vale é que, sendo filho único, os meus pais lá vão dando uma ajuda e vai-se tocando o barco para a frente. As vadiagens e a estrada ficam para melhores dias, o mercado da construção às vezes tem destes apertos, já não é a primeira vez que acontece, só que agora está mais complicado mas, como sou optimista por natureza, quando as coisas estão mesmo pretas é que cerro ainda mais os dentes e não desisto...

     Examino os diversos cenários que me são colocados à frente, observo as perspectivas de emprego noutros locais, analiso as possibilidades de imigração, nomeadamente para Inglaterra ou Angola. Nunca descarto trabalho e dele não tenho medo, já trabalhei nas obras, em isolamentos (em fábricas onde no Inverno o vento "suão" atirava com as tábuas de andaimes montados a 90 mts de altura como se fossem folhas de papel), já trabalhei num armazém de bebidas, já fui jornalista, já fiz algum fotojornalismo , já andei de terra em terra à cata de notícias, já vendi seguros e perfumes, continuo a ser fotógrafo, continuo a ser técnico administrativo...

     Não é o trabalho que me assusta, nunca foi. Embora mais velho e mais pesado, se tivesse de voltar às obras para sobreviver, fá-lo-ia com toda a certeza e na esperança de dias melhores. Isto também porque há quem muito ainda dependa de mim, pelo que tenho andado aí a responder a algumas entrevistas e o que me parece é que os nossos empresários querem mesmo é escravos, não trabalhadores. A título de exemplo, o último ofereceu-me 700 euros de ordenado, sendo que eu teria isenção de horário de trabalho e categoria à maneira das conveniências dele. Não era muito mau, mas o gajo que eu ia substituir entrava às 8h da manhã e saía a maior parte dos dias às 10h da noite, estava-se mesmo a ver que o meu filho e os cuidados com que gosto de o mimar teriam de ficar para segundo plano. Só mesmo em caso de desespero...

     Registo, com carinho e agrado, as ofertas de amigos caso eu esteja mesmo necessitado, ficam aqui no meu coração e se um dia precisarem de mim, sabem onde estou. E digo isto algo emocionado porque não é fácil encontrar neste mundo quem esteja disposto a fazer seus os nossos problemas, quem às vezes só pelo facto de nos ouvir já nos dá todo o conforto que precisamos...

     No entanto, apesar de ter procurado afastar deste blog o ressentimento contra a mãe do meu filho e de procurar viver o meu dia na maior paz possível com ela, a sua atitude perante este meu problema foi liminar. Expliquei-lhe que estava com dificuldade e pedi-lhe para pagar a creche este mês, que depois acertava com ela. Todas as dificuldades possíveis ela argumentou e até contra as actividades extracurriculares do menino embirrou. De facto, entende ela que pagar 26 euros por ginástica, inglês e introdução à ciência (Ciência Divertida - ele adora e fala-me muitas vezes das experiências que fazem, do "esparguete a fazer de minhocas") é um exagero e que essas coisas se não se podem ter, não se têm. A seguir, pedi-lhe que pagasse ao menos metade, ainda aceitou de inicio, mas só a creche, nada de extracurriculares, no entanto foi sol de pouca dura que ontem logo me disse que já não podia...

     Hoje de manhã paguei tudo, inclusive o Programa Sorriso Feliz que ela nunca quis pagar que é para trazerem pastas e escovas novas todos os meses. Uma vez mais, os meus pais ajudaram-me, continuo a poder contar com eles, assim como eles sabem que podem sempre contar comigo, o que aconteceria mesmo que eles não tivessem dinheiro para me emprestar. Cuidaram de mim, agora é a minha vez de cuidar deles, o ano passado cerca de 4 dias das minhas férias foram gastos nas deslocações ao hospital com a minha mãe para as operações e consultas...

     Na creche respeitam-me por aquilo que conhecem de mim e pela minha franqueza quando chego lá e digo "Não recebi ainda, têm de esperar mais uns dias". Eu sei que eles não levantariam problemas, só as actividades extracurriculares que são prestadas por entidades externas poderiam ser canceladas, o que também não me pareceu que fariam pelo que me disseram. Mas triste mesmo é a atitude da mãe do meu filho, já vi que, se depender dela, ele nunca irá para uma escolinha de futebol ou para uma escola de musica ou para outra coisa qualquer. Aliás, já actualmente ele passa mais tempo na minha casa e de lá leva brinquedos, a maior parte da roupa e calçado que ele usa sou eu que compro, as melhores vadiagens fui eu que lhas dei. Isto, é certo, porque tenho melhores condições económicas, normalmente, pelo que se posso, devo fazê-lo sem ser necessário que ela ajude, mas há coisas que são demasiado mesquinhas...

     Não há-de ser nada e dias melhores virão, já aí vem outra época de fotografia, lá para Março já começo a trabalhar e as coisas hão-de seguir o seu rumo. Enquanto eu tiver forças para lutar hei-de dar ao meu filho tudo o que puder para que ele cresça forte, saudável e, acima de tudo, feliz... Porque me basta um sorriso dele para também eu ser feliz, o resto é só dinheiro e dinheiro eu ganho mais um dia destes...

 

 

 



vadiado por homem de negro às 09:58
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Domingo, 13 de Janeiro de 2008
Carta a meu filho...

    

     Não me esqueço, meu filho, daquela fria noite de Janeiro em que nos fizeste ir a correr para a maternidade pois tinha chegado a hora de nasceres. O filho do homem e da sua companheira estava a caminho, as águas rebentadas, o deixar o trabalho e ir a correr para casa que estava na hora, a aflição, a tua mãe a dizer-me "Dá-me um cigarro", eu a responder "Mas tu tens as águas rebentadas", ela a retorquir "Dá-me lá o cigarro, porra."...

    Passaram já seis anos, meu filho, por esta hora estavas a dar o teu primeiro berro, o teu primeiro choro, a tua primeira respiração sem ajuda. À tua volta a mamã deitada na marquesa, o papá branco como a cal da parede mas "firme e hirto" e mais uma serie de gente vestida com batas brancas e azuis, médicos e enfermeiras. Custou um bocado e foi necessário fazer força na barriga da mamã, estavas teimoso e não te apetecia sair ainda... 

     E então, às primeiras horas da madrugada, chegaste tu, meu pequenino ser, meu imenso mundo, minha vida, gerado pelo nosso amor. Os dois juntos, eu quase a cair para o lado com  o cagaço , ela extenuada pelo esforço, de mão dada e olhos nos olhos, vimos-te chegar, recebemos-te com muita felicidade, o nosso filho, o ser mais importante das nossas vidas...

     Achei-te feio, a principio, todo engelhado, com uma cor esquisita e a fazer muito barulho. Depois, a enfermeira Cidália disse-me "Eu é que sei o que é um bebe lindo e o seu menino é um bebe lindo", percebi que tinhas nascido perfeito. Ela levou-te então para a estufa, lavou-te, vestiu-te e começaste a ficar com melhor cara, desculpa filhote mas, naquela altura eu achei que eras mesmo feio mas eu nunca tinha visto um recém-nascido...

     Entrei na estufa, devagarinho, fiz algumas fotos e depois peguei na tua mãozita minúscula que, instintivamente, se fechou em torno do meu dedo. Saltaram-me do rosto as minhas lágrimas enquanto te acariciava e dizia baixinho "meu filho, meu filhinho", as mesmas lágrimas que choro enquanto escrevo estas palavras, enquanto a minha mente revive essa noite e traz de volta todas as recordações, todos esses momentos de felicidade..

     Fazes hoje seis anos, meu filho, o tempo voa, mas tudo o que vivemos até agora dá-me vontade de continuar a lutar, de continuar a viver, de continuar a fazer o melhor que sei todos os dias para que sejas feliz. Contigo, olhei para a vida novamente, porque és o meu mundo, porque és o meu norte, porque és tudo para mim... Porque simplesmente... Como quando me abraças com força e me dizes "pai, gosto tanto, tanto, tanto de ti que até te amo."...

     Parabéns por mais um aniversário, obrigado pelos seis anos de felicidade que me destes... E sorri sempre, meu filho, se estiveres feliz eu serei feliz...

     Amo-te...

          



vadiado por homem de negro às 02:00
Ligação vadia | Vadia para mim | Vadiagens (9)

O que tens para dar, tens de dar a valer…

 

 

     Recebi este ano, como prenda de Natal, este livro, que li de fio a pavio quase sem parar e que aumentou ainda mais a consideração que tenho pela minha banda de sempre e pelas suas imensas lutas, quer pessoais, quer profissionais, para atingirem aquele estatuto de banda de culto que fascina e atrai gerações...  

     Porque se cumpre hoje o seu aniversário e porque quis o destino que o meu filho nascesse a 13 de Janeiro, a data oficial da fundação dos Xutos, aqui deixo o meu cumprimento e a minha homenagem retirando do livro algumas palavras que um dia hei-de transmitir a meu filho como lema de vida. Parabéns por mais um ano e obrigado pelo muito que tem dado a todos nós...

     Simplesmente porque ao lermos as palavras escritas sobre o Zé Pedro, sabemos que o mais dificil mesmo é resistir. Mas isso eu  também já sabia...

 

 


 

 

“Talvez por isso, tantas e tantas vezes eu oiço os Xutos & Pontapés agradecer ao público, aos fãs, ao culto que os segue para todo o lado e, em particular, o Zé Pedro repetir à exaustão: «Não desistam do sonho, agarrem o vosso sonho, vão atrás dele, não deixem que vos roubem os sonhos, ninguém vos pode impedir de os viverem, a não ser vós próprios». Quando fala aos adolescentes, o Zé sabe que é mais fácil ficar pelo caminho, que para avançar é preciso disciplina e persistência, porque o mundo não está aí para nos fazer as vontades. Pelo contrário, somos postos à prova e só os resistentes alcançam; quantas vezes caímos antes de chegar ao fim, quantos recuos fazem um avanço, quantas vontades de desistir nos atiram para o próximo passo.

(…/…)

Os Xutos são um lindíssimo exemplo de quem quase deixou o sonho, mas sempre voltou para o recuperar, de quem apanhou os cacos quando lhes quebraram as ilusões, de quem rumou à estrada quando tudo parecia perdido. Com a revolta que soltam em palco para gáudio das multidões que os aplaudem, mais ainda, com raiva explosiva sempre que foram mal recebidos e humilhados pela critica ou pelas salas vazias, explorados por managers imorais, roídos por lutas internas, os Xutos não desistiram. Muitas vezes pararam para pensar, para curar as feridas, para refazer a estrada que percorriam, mas voltaram sempre a fluir com a vida para cumprir com os seus sonhos. Sorte a nossa, que podemos ouvi-los e fazer parte deles.”

 

 

 

Extracto do livro “Não sou o único”, a biografia de Zé Pedro, guitarrista dos Xutos & Pontapés, escrita pela sua irmã Helena Reis

 

 

 



vadiado por homem de negro às 00:30
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Sábado, 12 de Janeiro de 2008
Dor de corno...

 

 

 

     A parceria já vem de outros dias, de outros textos, de outras histórias. Somos cúmplices, amigos, discutimos a bom discutir, levamos horas ao telefone em conversas sem fim e em debates acesos, daqueles que sabemos travar com elegância e, acima de tudo, muito fair-play. Entendemos que é possível participarmos da vida um do outro e que o nosso caminho às vezes se pode encontrar,  pelo que são habituais as nossas tertúlias e pegas politicas. Enfim, somos amigos…

     Como tal, partiu do homem o convite para um comentário diário, picante, intenso, intimo à publicação de uma série de textos que já tinham saído no meu blog anteriormente, à minha parceira caberia simplesmente pegar nas minhas palavras e elaborar um comentário que se integrasse no espírito e na história...

     Penso que resultou bem, a julgar pelos zunzuns da net, pelo teor de alguns comentários, por algumas ausências e, muito especialmente,  pelas dezenas de chamadas anónimas que temos vindo a receber, existe de facto por aí muita dor de corno acerca da minha relação com esta senhora. Sim, porque seguramente quem nos tem obsequiado com tantas chamadas anónimas é pessoa das nossas relações pois tem os nossos números de telefone, sabe que somos amigos e que ela é especial para mim, sabendo, pelos vistos,  igualmente analisar a forma como ela escreve…

     Apenas me apraz dizer que não vale a pena, não é por isso que vamos deixar de ser companheiros, antes pelo contrário, esta situação acaba por nos fortalecer pois temos ambos um problema: quando nos tentam manipular, temos tendência a reagir mal e a fugir a, de todo inúteis,  tentativas de controlo. De facto, creio que será fruto das nossas personalidades e de não gostarmos, ambos, nadinha de grilhetas e nem de “emprenhar pelos ouvidos”, pelo que, em jeito de recado, aqui fica o agradecimento pela tentativa de nos incomodarem. Só perdem o vosso tempo e arriscam-se, um destes dias, a levar umas bengaladas porque tudo na vida se descobre…

     Quanto a ti, minha querida e muy estimada companheira destas e doutras andanças, os meus agradecimentos pela tua presença. Penso que as nossas parcerias resultam sempre bem, pelo menos estimulam o funcionamento cerebral de uns tantos desocupados que para aí andam e que podiam perfeitamente dedicar-se à pesca. Teriam, seguramente, resultados mais positivos, pelo menos sempre colocariam a minhoca de molho…     

     Porque, e só nos dois é que sabemos, eu que sou eu gosto muito de tu que és tu... A gente vê-se por aí…



vadiado por homem de negro às 00:30
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Sexta-feira, 11 de Janeiro de 2008
Finalmente a sós...

 

 

Antes de teres aberto o mar

antes de teres virado o rio

eu era alguém às costas de outro alguém

 

Trouxeste mais contradições

trouxeste mais opiniões

e agora eu sou mais outro Zé-Ninguém

 

Finalmente só

Finalmente a sós

 

Quando eu já estava a sossegar

quando eu já estava a adormecer

vi-te dançar e a minha paz morreu

 

Odeio a luz do teu olhar

quando não brilha só p’ra mim

pensei que fosses um brinquedo meu

 

Finalmente só

Finalmente a sós

 

 

Jorge Palma

 



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Quinta-feira, 10 de Janeiro de 2008
Ensina-me a voar...

Finalmente só

Finalmente a sós

 

 

     Era a canção que passava no leitor do carro quando ela se sentou a seu lado, uma canção que ele gostou logo desde a primeira vez que ouviu, um misto de saudade e tristeza na inconfundível voz de Jorge Palma. Ela sorriu e as promessas de resistir à tentação não passaram disso mesmo, abraçaram-se, beijaram-se demoradamente como se quisessem parar o tempo, como se desejassem que o som do órgão e das violas pudesse ser eterno…

     O carro levou-os por essas estradas fora, o tempo voltou a ser deles como se nunca tivessem estado longe um do outro. Falaram, muito, riram juntos, olhando a natureza que os rodeava, apreciando juntos os locais bonitos que iam vendo, de mãos dadas, trocando alguns beijos enquanto se encantavam com o olhar, partilhando o prazer da companhia um do outro…

     O almoço foi servido a preceito, num qualquer restaurante meio abrasileirado que encontraram no caminho, rolinhos de peru para ela, mini rodízio para ele, água para os dois, acompanhamento em buffet. Tudo voltou a ser como na última vez que se encontraram, as conversas sem fim, os olhares maliciosos, as meias palavras, o sentido do imenso carinho e do mais que sentem um pelo outro…

     O passeio à beira do rio levou-os até uma casa velha, paredes de pedra, divisões descoloridas, tectos em ruínas, o murmurar suave da água entre as pedras ali a dois passos, uma imensa beleza que os apaixonou. Quase fizeram amor no meio das ruínas, ela mais atrevida, ele mais receoso das vozes que ouvia lá fora, encantou-os aquela casa a cair de velha, deliciou-os saber que a sua paixão se podia manifestar em qualquer local. Cá fora uma placa a dizer “Vende-se”…

     A tarde aproximava-se do fim quando subiram ao monte, sempre gostaram da comunhão com a natureza, do cheiro a eucaliptos e pinheiros, de estarem ao ar livre. Sentados numa rocha, abraçados, olharam o sol que desaparecia atrás de uma outra montanha, a beleza de contemplarem estes momentos juntos sempre foi uma das coisas que mais os encantou na sua estranha relação…

     Beijaram-se, os lábios tocando-se levemente, as línguas enrolando-se, a paixão a tomar conta dos corpos. Fizeram amor em cima daquela rocha enquanto o por do sol se afirmava em todo o seu esplendor num céu vagamente azul, olharam-se enquanto o fogo que lhes tomara conta do corpo se desvanecia em ondas de prazer, livres como a brisa que lhes acariciava o rosto…

     É difícil partir, é sempre cada vez mais difícil partir, embora saibam o valor que têm estes pequenos momentos de vida, cada regresso à casa traz na pele o cheiro do outro, a vontade de mais, o querer ir mais além na sua relação. Talvez um dia a estrada os leve ao encontro um do outro, talvez aquela casa velha ainda volte a fazer parte das suas vidas…



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Quarta-feira, 9 de Janeiro de 2008
Uma última vez?

 

    

     Olhou a estrada que se estendia à sua frente ladeada por vegetação que normalmente seria verde, mas que naquela fria manhã se apresentava branca, coberta com uma camada de geada, daquela capaz de tudo queimar à sua passagem. Lá fora um frio de rachar, com as temperaturas a atingirem valores negativos, e uma névoa a pairar no ar, mas… sorriu… ainda que estivesse muito frio, sentia-se confortavelmente quente, sentia o coração em paz, como já não sentia há muito tempo…
     O encontro fora num centro comercial qualquer da cidade que tinham escolhido para se encontrarem dessa vez, olharam-se com um carinho infinito que o tempo e a distância nunca diminuíram, ele amou-a novamente com o olhar, ela correspondeu com o sorriso, assim que se apanharam sozinhos beijaram-se, demoradamente, como sinal daquilo que dariam um ao outro nessa noite. Uma vez mais, ele sentiu nela tudo o que desejava para se sentir vivo, o olhar malandrito, o sorriso iluminado, o rosto meigo, o corpo que pedia amor…
     Jantaram num restaurante com bom aspecto, mas a comida apenas serviu para que se seduzissem ainda mais com o olhar, desejando brutalmente o momento em que estivessem sós, apesar das muitas dúvidas que lhes assaltavam a mente. Pois, nessa noite, se o desejo que tinham um do outro se concretizasse, ela seria dele e ele dela, ainda que por breves instantes, ela deixaria de ser de outro alguém e vida que os tinha separado à partida, juntá-los-ia agora, torná-los-ia um só…

     Ainda que o tempo tivesse apenas um minuto, ele teria o valor de uma vida inteira… A vida que os fez perder pelas ruas daquela cidade que acolheu o amor deles nessa noite, a mesma vida que um dia os fez olhar um para o outro em caminhos vadios, seria agora, ainda que por instantes breves, uma só, eles seriam um só. E como o desejavam …
     Voltou a olhar o caminho que percorria e as primeiras luzes do dia. Sorriu para si, novamente… Ainda tinha nos lábios o sabor dela, ainda sentia no corpo os seus carinhos e o seu cheiro de fêmea vibrante que lhe mostrara o seu lado mais terno, mais intenso, mais forte, mais selvagem, mais mulher. Amanheceram juntos naquela manhã fria, quando se separaram o sol não tinha ainda nascido, olharam-se com aquela ternura que partilharam durante a noite numa cama revolta que abraçava corpos em fogo, seres em êxtase, amantes em delírio.
     Fizeram amor uma e outra vez e mais outra ainda, de mãos dadas, olhos nos olhos, em perfeito deleite, em pura comunhão, ele querendo-a, ela desejando-o, ele acariciando o corpo fremente dela, ela murmurando o nome dele entre ondas de prazer. Lábios ardentes, colados, húmidos, línguas enroladas, tocando-se, deleitando-se... De mãos dadas e olhos nos olhos, sempre, fizeram, efectivamente, amor…
     Enquanto a estrada se perdia atrás de si, recordava, pensava no que tinha vivido, na felicidade que lhe tinha sido oferecida por aquela mulher simples, que ele tanto adorava. O sol nascia, finalmente, em todo o seu esplendor, aquecendo aquela fria manhã e dissipando a névoa. Mas não seria preciso que ele viesse naquele dia porque, no coração dele, o sol tinha nascido nessa noite, da mesma forma que tinha nascido nas outras vezes em que tinham estado juntos. E, para ele, tal como para ela, este sol nasce efectivamente todos os dias…
     Porque simplesmente lhes basta estarem juntos para serem felizes… Quando puder ser, porque, como diz a canção, a vida é feita de pequenos nadas…


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Terça-feira, 8 de Janeiro de 2008
Um rio de saudades...

    

     Tinha nos lábios o sabor dos lábios dela, sentia ainda aquele gostinho do seu carinho e no rosto as carícias que ela lhe tinha dado durante todo o dia… E recordava… Os últimos beijos foram trocados no fim da tarde, dentro do carro dele, antes de irem cada um para seu lado. Abraçaram-se intensamente, como se tivessem medo de se perderem na vertigem da vida, como se receassem nunca mais poder voltar a fazê-lo…

    

     Tinham-se encontrado logo pela manhã num local afastado das casas de ambos. Sabiam que viviam um amor proibido e que este não poderia ficar ao alcance dos olhares de pessoas indesejadas, sabiam que tinham de resguardar e proteger aquilo que de mais bonito sentiam…

    

     Foram, depois, no carro dele, visitar um local que ele conhecia e que sabia que ela ia adorar… Pararam no alto de um monte para ele lhe mostrar o local que iam visitar lá em baixo, junto a um pequeno rio. Nessa altura, olharam-se e ele tomou a iniciativa, puxou-a para ele e beijou-a ternamente, ela não resistiu e correspondeu ao beijo dele, os lábios encontraram-se e uniram-se, os corpos juntaram-se, as mãos acarinharam-se…

     Desceram ao rio, de mão dada, como dois namorados, passaram uma velha ponte romana e olharam o rio que corria lá em baixo entre o verde e as rochas. Ela apaixonou-se logo por aquele local, onde o rio corria mansamente por entre as enormes pedras, molharam as mãos e sentaram-se numa pedra, nos braços um do outro.

    

     Trocaram carinhos, mais beijos, abriram-se, ele olhava-a enternecido, ela via no rosto dele o quanto gostava dela, sobrevieram as lágrimas que ele limpou ternamente, que ele provou, que ele amou... Foram almoçar juntos num restaurante simpático e durante a refeição falaram deles, dos seus sentimentos, do quanto gostariam de ficar juntos, do que os aproximava, olhavam-se encantados pela magia daquele momento, bebendo todos os minutos em que podiam estar juntos, partilhando-os.

    

     Sentiam uma enorme vontade de se tocarem, o que acabaram por fazer por baixo da mesa, com os dedos entrelaçados, com o olhar sedutor dele no olhar expressivo dela… Tanto se amavam, que até doía…

    

    Voltaram ao rio, descalçaram-se e brincaram com os pés na água, naquela tarde quente, naquele local maravilhoso. Sentaram-se no chão, o tempo passou a correr, eles isolaram-se do resto do mundo, desejando que as horas tivessem uma duração eterna… Os beijos tornaram-se mais intensos, mais intímos, mais sensuais, mais fortes… As mãos dele salpicaram-lhe o rosto com água, o peito, os seios, as pernas, os pés. Ela fechou os olhos, sentindo-se terrivelmente excitada, tal como ele, os dedos dele percorreram o corpo dela, confundindo-a pois não sabia onde terminava a água e começava o suave ronronar daqueles dedos marotos.

    

     Deteve-se no seu centro de prazer, acariciou-a docemente, devagarinho, depois de forma mais intensa, penetrou-a com os dedos, ofereceu-lhe o prazer que a intensidade do momento, a beleza do local e o que sentiam um pelo outro os obrigavam a ter… O orgasmo dela foi brutal, intenso, com o corpo em convulsões e os lábios a soltarem palavras desconexas. Ele apertou-a contra si, para que ela sentisse que ele estava ali, que a protegeria sempre que ela precisasse, que a amaria se ela um dia pudesse…

    

     Quase fizeram amor nessa tarde… os botões dos calções dele ainda chegaram a ser desapertados, mas depois sobreveio uma coisa que os humanos têm e que chamam consciência, no instante decisivo ela teve medo de dar aquele último passo e consumar a paixão que sentia por ele… A verdade é que ele a amava… e por isso respeitou o medo dela, por isso aguentou embora se sentisse terrivelmente excitado, mas, no entender dele, aceitar o não também era uma forma de lhe dizer que gostava dela, independentemente daquilo que a vida lhes reservasse…

    

     Controlou-se, acarinhou-a, deu-lhe o conforto dos seus braços, voltou a limpar-lhe as lágrimas, salgadas, ao mesmo tempo tão doces, porque continham a intensidade do amor dela por ele… E, de facto, naquela tarde, naquele local, o quase aproximou-os ainda mais… Foram, na verdade, um só, não fora pela vida que já os tinha separado anteriormente e teriam ficado juntos, definitivamente, para sempre…

      

     Caía a tarde, era tempo de voltarem… Subiram o monte, despediram-se do rio, atravessaram novamente a velha ponte romana e ficaram a contemplar, abraçados, as águas mansas que atravessavam o seu cantinho, onde o seu amor aconteceu. E no final do dia ainda tiveram tempo para partilharem um gelado, ele de chocolate, ela de limão…

    

     Tinha ainda nos lábios o sabor dos lábios dela, sentia ainda aquele gostinho do seu carinho e no rosto as carícias que ela lhe tinha dado durante todo o dia… Ficou a vê-la ir embora, novamente com o coração apertado, novamente triste por amar alguém que não o podia amar livremente…

    

     Nas suas costas, o por do sol era intenso, maravilhoso, contrastando com o negro que lhe ia na alma e que lhe fazia doer o peito. Uma lágrima fugidia espreitou-lhe nos olhos. O carro dela afastou-se no meio do trânsito… Ele fez-se à estrada e seguiu o seu caminho…

    

     Um dia, talvez, quem sabe…



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Segunda-feira, 7 de Janeiro de 2008
A vida num só dia...
 
    Conheceram-se por aí, em caminhos traçados por aquilo que os humanos gostam de chamar de destino e que às vezes é tão estranho. Uniu-os uma atracção pelo desconhecido, por serem ambos desconhecidos mas partilharem ideias comuns, por sentirem uma atracção irresistível mesmo sem se conhecerem, por se identificarem um com o outro nos assuntos que debatiam em conversas sem fim…
    A pouco e pouco foram-se conhecendo, cimentando uma atracção cada vez mais irresistível, sabendo que não seria fácil estarem juntos porque a vida já os tinha separado à partida. Trocaram fotos, carinhos, foram-se conhecendo um pouco, tentando ir sempre mais além do que as simples palavras poderiam transmitir, ela tornou-se uma espécie de luz que iluminava os seus dias mais negros…
    Ela chegou perto dele, confrontando-o com aquilo que ele escrevia e que poderia levar as pessoas a sentir pena dele, ele disse-lhe que não era essa a intenção, mas que não fazia mal, se dessa pena partisse um conhecimento posterior, se essa pena fosse um ponto de partida para chegar ao que lhe ia na alma, às mágoas que sentia, à solidão que lhe ia no ser e que o magoava acima de tudo por não ter quem amar…
    As palavras que escrevia mais não eram do que a sua alma colocada para fora, com uma simplicidade tocante, que a fizeram baixar as defesas e aproximar-se dele. Ele tocou-lhe o coração, ela deixou-o entrar no seu mundo…
    Um dia a vida juntou-os, num local maravilhoso, daqueles que, pela sua grandiosidade, nos enchem a alma. Ela mostrou-lhe locais que lhe faziam bem, ele amou esses locais e partilhou com ela o carinho que sentia por eles...    
    Almoçaram juntos, a comida ficou em cima da mesa porque tinham tantas coisas para dizer um ao outro e o tempo era tão escasso que o passaram de olhos nos olhos, falando do que lhes ia no pensamento, trocando existências, vivências, dores, mágoas, alegrias, tudo o que fazia deles, no fundo, seres tão iguais a tantos outros que por aí andam…
    Depois do almoço, ela levou-o a um local seu, especial, que ele adorou. Conversaram, durante horas, sentados no chão, amando-se sem se tocarem, num ambiente mágico e intenso que os fez muito felizes. A vontade de ambos era amarem-se simplesmente, amarem-se perdidamente, beijarem-se sem restrições, abraçarem-se, acarinharem-se, serem um do outro, a vontade dele era tê-la só para si, a vontade dela era tê-lo sem medos…
    A vida já os tinha separado, ele era livre mas ela era de outro alguém, ele não conseguiu superar a vontade que tinha dela e disse-lhe isso, com vontade de chorar, porque não podiam estar juntos plenamente sem que a sua consciência o atormentasse. Ele disse-lhe “talvez numa outra vida…” mas o seu coração queria mais, muito mais, talvez ela tivesse percebido mas conseguiu controlar o desejo… Nem sequer era uma coisa física, tratava-se apenas de duas almas que se entendiam e que tudo dariam para estarem juntos, mas a quem, nesse momento, tal não era possível…
    Na hora da partida abraçaram-se, ficaram unidos um instante que valeu pelo dia todo, que teve o significado de uma vida, um instante que fez dele um homem feliz e, simultaneamente, infeliz. Ali estava um ser que o poderia fazer muito feliz, mas que ele não podia ter porque a maldita vida, uma vez mais, como tantas outras vezes, se encarregou de o deixar ainda mais só, embora feliz por aquele momento, como se a sua vida valesse por um só dia…
    Ela foi embora mas voltou de seguida, para mais um apertar de mão, para que ele pudesse contemplá-la mais uma vez, para que ela pudesse perpetuar aquele momento tão especial. Conseguiram controlar o desejo que tinham um do outro, ele ficou a vê-la ir embora com o coração triste, sentindo que ela poderia ser aquele ser especial que lhe poderia reconstruir a fé nos seres humanos, a fé no amor de uma mulher…
    Separa-os uma vida, une-os o amor que sentiram um pelo outro mas que não puderam ou não conseguiram concretizar. Ele sabe que é cedo demais para lhe dizer que a ama, para ele o amor precisa de ser construído, precisa de ganhar força e consistência, ela sabe que ele é especial para ela mas que não o pode ter, pelo menos sem romper com tudo…
    Nesse dia especial, naquele local especial, eles foram um só. Ao fim do dia ele enviou-lhe uma mensagem agradecendo o facto de ela lhe ter permitido “pensar que para ele ainda era possível ser feliz”, ela respondeu “Espero que tenhas ‘amado’ como eu ‘amei’ este momento. Adorei a tu! Muito… tu és mesmo o que eu idealizava. Isso deixa-me triste…”
    Um fim-de-semana destes, ele foi para perto do seu amigo mar para sossegar a alma, não resistiu a mandar-lhe mais uma mensagem escrita contemplando um fabuloso pôr-do-sol: “Dou-te todo este mar em troca de um beijo, dou-te todo este sol em troca de um sorriso, dou-te esta praia toda em troca do teu coração… Gosto muito de ti, um beijo…”. Ela respondeu “Dás-me tudo isso em troca de tão pouco? Assim tornar-me-ei na pessoa mais rica…”.  Lá diz a canção: bem piroso e lamechas, como o amor deve ser, verdadeiro…
    Que vai a vida fazer destes dois seres? Que vai ser deste amor? Será que o destino ainda lhes reserva algo de especial? Será que?... E se?... Tantas interrogações…
    Não sabem responder, é certo. Não sabem se alguma vez ficarão juntos, embora o desejem muito. Vão vivendo dia-a-dia com estas recordações especiais, pelo menos aquele dia valeu por toda uma vida. E são felizes porque sabem aquilo que sentem um pelo outro…
    Um dia, talvez, quem sabe…


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Domingo, 6 de Janeiro de 2008
Uma história de amor...

 

 

     De vez em quando, vale a pena voltar para trás e reler as minhas palavras que aqui fui deixando. Vou aproveitar esta semana para fazer uma republicação de contos que fui escrevendo ao longo da existência deste blog e que muita gente apreciou. Ou não, mas o que realmente importa é que os escrevi...

     Muita saúde, companheiras e companheiros, um excelente Domingo. A gente vê-se por aí...

    



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Quinta-feira, 3 de Janeiro de 2008
Os vadios e a neve...

 

 

     - Pai, este é o dia mais feliz da minha vida…

     - Ainda bem, puto, mas ainda havemos de ter mais assim…

     A serra magnífica, coberta de branco, encantou-o assim que começámos a subir, já só pensava em sair do carro e ir escorregar. Na mala o trenó acabadinho de comprar em Seia e mesmo a pedir brincadeira, a ansiedade de sair do carro e ir enterrar os pés na neve já quase tornava impossível que se mantivesse quieto na cadeirinha. Optei por parar e ir experimentar o trenó mais ele, embora eu não estivesse muito convencido que aquela coisa de plástico aguentasse com um marmanjão como eu, mas logo se veria.

     Escolhemos uma encosta com uma inclinação ligeira e lá começou ele a escorregar monte abaixo, todo satisfeito, eu optei por ficar pelo registo das imagens “para mais tarde recordar”. A temperatura perfeitamente suportável um pouco acima da Lagoa Comprida e o cuidado que tive em besuntar-lhe as bochechas com creme, tornaram dispensável o blusão acolchoado quer para ele, quer para mim. Também, rebocar o trenó serra acima fazia-nos aquecer bastante e preparava-nos a vontade de almoçar…

     Mais de hora e meia depois, por volta das duas, lá o convenci a empoleirar-se numa rocha enorme e a comer qualquer coisa, o franguinho frito da avó, as batatas fritas, o pão de água e a coca-cola . Quase só porcarias, é certo, mas também um dia não são dias. Quis logo voltar para a neve, mas lá o convenci a irmos até ao alto com o argumento de que lá havia mais neve e podia escorregar melhor e construir um boneco de neve.

     Não fora pela imensa quantidade de gente e de encontrar um engarrafamento monumental no alto da serra num dia de semana, que tornou difícil encontrar estacionamento, poderíamos ter ainda aproveitado melhor a luz do sol. E eu também queria experimentar, embora estivesse a guardar-me mais para o fim, não fosse aquela coisa rebentar com o meu peso…

     No topo da serra o frio já era mais intenso, a pedir os blusões e os gorros. Muita gente, muita alegria, muito sorriso, muita gritaria, muita palhaçada, muita gargalhada. Perfeito, de vez em quando o meu rapazito espalhava-se e nessa altura fazia beiço, pensando que a malta se estava a rir dele, lá deve achar que o mundo gira à sua volta…

     - Anda pá, estás a perder tempo, toda a gente cai e isso também é divertido – convencia-o eu e lá voltava ele a trepar encosta acima mais o trenó. Ou a pedir-me para o fazer por ele que estava a ficar “muito cansado”…

     Quase com o sol a pôr-se, resolvi então que era tempo de eu também descer a encosta, primeiro sozinho, depois os dois juntos. Espalhei-me, é claro, e enfiei a tromba na neve e o sacana do gajo riu-se a bandeiras despregadas. Depois, encavalitamo-nos os dois naquele pedaço de plástico e fomos encosta abaixo, correu muito bem, o que me valeu um salto para os meus braços para o inevitável abraço e o consequente trambolhão na neve. Espectáculo…

     Regresso à menina vadia, tirar a roupa e calçado molhados que na mala vinha um saco com duas mudas de roupa para ele e uma para mim, à cautela. Viemos de lá cansados, mas muito felizes, e ainda tivemos ocasião de ver um excelente por do sol na serra. Depois, foi deitá-lo no banco de trás e tapá-lo com o meu blusão, dormiu o caminho todo, antes de fechar os olhos ainda voltou a repetir:

     - Pai, hoje foi o dia mais feliz da minha vida…

     - Ainda bem, filhote, também gostei muito de estar aqui contigo…

 

 



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