O que é a vida e para que serve? Resta-me apenas viver e chorar quando já não for possível mais nada? Optámos por guardar ciosamente todas as pequenas coisas que um dia foram tuas, mas não fará isso chorar quando pensarmos ter já ultrapassado tudo, não tornará a dor da partida mais forte, a saudade mais dura? Imensidão de recordações, imensidão de loucura…
Sabes, já não sei ao certo o que sou mas a tua presença vive em mim, nas lágrimas de tristeza que choro quando surge algo teu e às vezes, quando a noite é apenas um inferno de recordações que fazem doer a alma, é tão fácil chorar e querer seguir ao teu encontro… Mas falta-me a coragem…
Houve quem dissesse que o culpado era eu, não sei, mas será possível ser culpado por algo que não queria ter visto acontecer, será possível ser culpado porque a morte está onde se pretendia que existisse vida? E eu fiquei ali, à espera que saísses daquele maldito caixão, sorrisses e irradiasses toda aquela loucura suave e doce…
Porque, agora, a liberdade selvagem dos nossos corações e das nossas mentes nunca mais acompanhará a noite, agora o anoitecer nunca mais será feito do nosso amor e dos nossos corpos, agora esta noite que tanto me assusta é feita de recordações, de momentos, de memórias, de lampejos fugazes de uma vida… Vem-me à mente tudo aquilo que partilhámos e apenas um sentimento de vazio e uma dor profunda acorre à minha mente…
A vida tem sido difícil para os que te amavam, mas a força que eu quero sentir, tenho de ser eu a dá-la aos outros para que os outros ma possam dar a mim, para que possamos todos recuperar alegria para as nossas miseráveis vidas…
Olho esta águia que me pousa no dedo, a nossa águia já não é sentimento de juventude, de liberdade, de ser selvagem, é apenas a lembrança da morte, o seu voo terminou… Voas agora algures longe de mim… Como é possível que a vida seja tão pouco nossa?
Talvez me perguntem um dia a quem me dirigia quando escrevi isto, para quem escrevo estas palavras sem nexo, estas frases mal alinhavadas… Não sei se saberei responder, talvez ao meu egoísmo, talvez a um grande amor, talvez a uma imagem ou recordação, talvez à minha própria loucura… Nada importa muito quando se descobre que falar ao mar, às estrelas ou à lua, andar à chuva ou chorar já não é suficiente…
Agora escrevo para ti, acerca de ti, para poder chorar, para poder libertar a opressão que muitas vezes se encontra na minha mente, para poder continuar…
Talvez um dia… Mas dói-me tanto a alma…
“Pensamentos Incompletos” – Homem de Negro
Abril de 1990
Zeca Afonso é hoje recordado em Portugal | |
O autor de temas como Grândola Vila Morena, faleceu há 20 anos. Em Vigo há quem queira atribuir o seu nome a uma rua da cidade. José Afonso, ou Zeca Afonso como ficou conhecido, nasceu em Aveiro mas cresceu entre Angola, Moçambique, Belmonte e Coimbra. Foi na cidade dos estudantes, onde frequentou o Liceu D. João III e a Faculdade de Letras, que Zeca Afonso procurou e se deixou descobrir pelo fado de Coimbra. Teresa Portugal redigiu um texto em memória de Zeca Afonso que foi votado por unanimidade. Por isso mesmo, a deputada afirma que "este é um texto que pertence a todos os partidos". |
Não me vejo mascarado, não sei porquê... Mas devia tirar esta máscara e colocar uma outra, que demonstrasse que sou um gajo bem disposto e bastante feliz... Que levo os meus dias alegrando o meu coração com os sorrisos e abraços do meu filho e a sua boa disposição quase constante...
Assim sendo, se ele é a razão da minha felicidade, há que agradecer-lhe tudo o que de bom (e mesmo o mau) me dá, proporcionando-lhe um crescimento o mais feliz possível.... Sempre que posso lá desencanto uma cena qualquer para fazermos os dois....
Portanto, é Carnaval, houve cortejo lá na terra e aqui está o meu aranhiço, que foi a fatiota que ele quis este ano... Abençoados chineses que fazem estas cenas tão baratinhas... A máscara foi improvisada porque a outra não estava lá muito ao jeito dele...
Eu mascarei-me, como é costume, de fotógrafo, de colete e máquina fotográfica, fotografando para mais tarde recordar... Quando for velhote ainda hei-de guardar estas imagens...
E foi uma tarde engraçada, com bastante convívio, com alguns copos à mistura, com um lanche de frango de churrasco e doces caseiros, que o meu menino adorou: "Pai, o bolo de cenoura é o melhor..."
Bom Carnaval... A gente vê-se por aí...
Até eu, se pudesse, se não tivesse que ir trabalhar, este fim de semana dava umas pedaladas... e devidamente coberto para não me constipar, que isto de andar por aí a pedalar tem que se lhe diga...
Seja como for, bom fim de semana, companheiras e companheiros... Sejam felizes...
A gente vê-se por aí...
Posso-te sorrir no escuro
E pensar que tu nem vês
Posso-te beijar com os olhos
E pensar que tu nem sentes
Desenhar todas as curvas
De que é feito o teu corpo
Penetrar-te nos teus sonhos
Com a ponta dos meus dedos, os dedos
Que vai ser de nós dois
Com as ancas me conduzes
Com os braços tu me apertas
Com os seios me seduzes
Como o mar e as descobertas, abertas
O que vai ser de nós dois
Que vai ser de nós dois
O que virá depois
Que vai ser de nós dois
Xutos & Pontapés
Voa para longe minha dor
Leva esta lágrima
Dá de beber a este sentir...
Eu quero apenas um sorriso
Um olhar que me encanta...
Uma mão que me acaricia...
Um olhar que me beija
Um ser que está ali...
O vento que me sopra murmúrios...
O sol que me acaricia a pele
Nós dois, à beira do mar...
De mãos dadas, felizes?
A chuva que embala
Um coração que já não bate
Não ama, não sente, não dói ...
Busco-te em devaneios de loucura
Que só a minha mente conhece
Hoje, amanhã, sempre
Morro um bocadinho, todos os dias
Porquê?
- Pai, amanhã é dia dos namorados...
- Pois é pá, tens de levar uma flor para a tua namorada lá da escolinha...
- Ai é? Mas eu não tenho flor...
- Pedimos à avó que ela vai buscar ao jardim dela...
E lá fomos hoje com um cravo vermelho, com pequenos rebentos à volta. Cheirava bem a danada da flor, mas a coragem começou a faltar quando nos aproximávamos da escolinha.
- Já não quero, pai, leva a flor para casa...
- Qual quê, pá, hoje tens de ser amigo da tua namorada... Quando ela chegar já sabes, tens de lhe dar a flor e dizer "Feliz Dia dos Namorados"...
Lá ficou ele e a flor, esperando pela pequenita que ainda não tinha chegado... Encontrei-a pelo caminho e disse-lhe para ela ir ter com ele e pedir a flor que ele tinha levado... Ela sorriu-me com um daqueles sorrisos de gaiata que me enchem de luz, a mãe dela ficou encantada...
Terá corrido bem?
Como a época é de carinho, amor e paixão aqui vos deixo algumas imagens que encontrei na net acerca do dia de S. Valentim...
Tudo começa assim...
continua assim...
com sorte, chega aqui...
o problema é se acaba assim...
A gente vê-se por aí...
Conheci-te neste mundo virtual e hoje considero que, efectivamente, ainda bem que passámos longas horas a discutir o que significavam as palavras que ia deixando no meu blog...
As tardes e noites de chat que passávamos a conversar e a dar na cabeça um do outro valeram muito porque...
Há pessoas que passam pela nossa vida e nos marcam de forma triste. Outras, deixam atrás de si um perfume que emana do seu ser e que encanta a nossa forma de existir... Simples, forte, doce, amiga...
Tu és uma dessas pessoas Idade da Loba, tu a quem ternamente chamo minha lobazana favorita ou lobita do meu coração...
Parabéns, loba, pelo teu aniversário, que cumpras muitos e que eu cá esteja para te felicitar...
Porque, eu que sou eu, gosto muito de tu que és tu…
Só tu sabes...
Faz hoje um ano… Timidamente, com pequenos textos, procurei um cantinho para colocar as minhas coisas… Depois, ganhando confiança, os textos começaram a ser maiores, mais intensos, mais profundos… Mais tarde vieram os poemas, as fotos, os links, os comentadores habituais, as parcerias com outros seres do mundo dos blogues, os textos eróticos, as histórias de amor, as lágrimas dos outros…
Deixei por aqui conta de muitas das minhas lágrimas, deixei cá a maior parte das minhas alegrias, registei aqui as “minhas coisas”, a minha vida e condição de homem separado que ama intensamente o filho que tem… A pouco e pouco a tristeza foi ficando lá mais para trás com o afastamento de uma das maiores dores da minha vida. Sofri tanto quando a minha irmã morreu, sofri tanto quando a minha mulher se foi embora, sempre pensei que isso “nunca me aconteceria”, mas este local ajudou-me a exorcizar esses fantasmas. Pelo menos a saber ir vivendo com eles…
De vez em quando lá surgiram as histórias tristes dos outros como os desaparecimentos de pequeninos seres que a vida levou, em textos como “A menina da net” ou “Para Laurinha-dos-olhos-cor-de-céu…” ou então os comentários sentidos e chorados no blog da Hatamae (nunca me esqueci de ti, minha mãe coragem)… Ou então as recolhas de poesia da Florbela, do Régio, do Saramago, do Pessoa, que a minha condição de solitário me foram permitindo conhecer melhor pelo maior vagar que vou tendo…
Tracei a imagens das minhas câmaras algumas das, como diria o meu meninito, coisas lindas, trazendo para cá parte do meu caminho e de alguns dias bonitos que tive o prazer de viver. O pôr-do-sol, o mar, as gaivotas, símbolo deste meu buraco, as férias, os aniversários, os Xutos, as ferias em terras alentejanas, os dias perdidos em vadiagens sem fim…
Devagarinho, este cantinho começou a ser mais alegre, com as histórias do “meu homem” (em dias de chat tantas vezes que me perguntaram se eu pegava de empurrão), com o futebol, com o meu benfica e com a minha briosa, com algumas apontamentos de cariz político, com as histórias das minhas andanças atrás dos Xutos, no fundo, como diria mestre Tim, com “a vida tal como ela é…”
Valeu a pena fazer este caminho, seguramente que vai valer a pena continuá-lo. Com todos vocês que passam por aqui para ver das minhas coisas, com os amigos e amigas que encontrei neste mundo virtual, com todas as histórias que ainda tenho para escrever, com todas as merdas que me apetecer dizer…
O blog do homem, o cantinho do vadio, faz hoje um ano… Obrigado…
Ah pois, já sabem, a gente há-de sempre ver-se por aí…
Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Prós erros, há perdão; prós fracassos, chance; prós amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
Fernando Pessoa
- recantos vadios
- velha paixão
- fotografia
- poesia
- musica
- copo e bucha...
- vadiagens de outrora