Quando eu morrer, dá-me um cravo vermelho, simbolo da liberdade, e leva-me ao mar. Não chores, a vida é o que mais bonito temos e eu procurei sempre viver a minha da forma mais pura possível... Porque sei sorrir e sei chorar... Bem-vindo sejas...
Quarta-feira, 28 de Fevereiro de 2007
Desespero...

 

      Lembro-me de um sorriso e de um ser que partiu, deixando para trás as lágrimas e o vazio para quem ficou… Vem, sai daí, deixa essa maldita mortalha, dá-me de novo a tua força de viver, dá-me de novo o carinho do teu corpo, dá-me de novo a pureza do teu ser, deixa-me partilhar as tuas lágrimas, deixa-me viver as tuas mágoas…Porque te foste embora, porque me deixaste, porquê, porquê, porquê?

 

     O que é a vida e para que serve? Resta-me apenas viver e chorar quando já não for possível mais nada? Optámos por guardar ciosamente todas as pequenas coisas que um dia foram tuas, mas não fará isso chorar quando pensarmos ter já ultrapassado tudo, não tornará a dor da partida mais forte, a saudade mais dura? Imensidão de recordações, imensidão de loucura…

      Sabes, já não sei ao certo o que sou mas a tua presença vive em mim, nas lágrimas de tristeza que choro quando surge algo teu e às vezes, quando a noite é apenas um inferno de recordações que fazem doer a alma, é tão fácil chorar e querer seguir ao teu encontro… Mas falta-me a coragem…

      Houve quem dissesse que o culpado era eu, não sei, mas será possível ser culpado por algo que não queria ter visto acontecer, será possível ser culpado porque a morte está onde se pretendia que existisse vida? E eu fiquei ali, à espera que saísses daquele maldito caixão, sorrisses e irradiasses toda aquela loucura suave e doce…

      Porque, agora, a liberdade selvagem dos nossos corações e das nossas mentes nunca mais acompanhará a noite, agora o anoitecer nunca mais será feito do nosso amor e dos nossos corpos, agora esta noite que tanto me assusta é feita de recordações, de momentos, de memórias, de lampejos fugazes de uma vida… Vem-me à mente tudo aquilo que partilhámos e apenas um sentimento de vazio e uma dor profunda acorre à minha mente…

     A vida tem sido difícil para os que te amavam, mas a força que eu quero sentir, tenho de ser eu a dá-la aos outros para que os outros ma possam dar a mim, para que possamos todos recuperar alegria para as nossas miseráveis vidas…

     Olho esta águia que me pousa no dedo, a nossa águia já não é sentimento de juventude, de liberdade, de ser selvagem, é apenas a lembrança da morte, o seu voo terminou… Voas agora algures longe de mim… Como é possível que a vida seja tão pouco nossa?

     Talvez me perguntem um dia a quem me dirigia quando escrevi isto, para quem escrevo estas palavras sem nexo, estas frases mal alinhavadas… Não sei se saberei responder, talvez ao meu egoísmo, talvez a um grande amor, talvez a uma imagem ou recordação, talvez à minha própria loucura… Nada importa muito quando se descobre que falar ao mar, às estrelas ou à lua, andar à chuva ou chorar já não é suficiente…

     Agora escrevo para ti, acerca de ti, para poder chorar, para poder libertar a opressão que muitas vezes se encontra na minha mente, para poder continuar…

     Talvez um dia… Mas dói-me tanto a alma…

 

 

“Pensamentos Incompletos” – Homem de Negro

Abril de 1990

 



vadiado por homem de negro às 17:55
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Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2007
Quando eu morrer...
 

 
Quando eu morrer, quero que chova, quero que pela ultima vez a Natureza verta as suas lágrimas sobre a, ainda fofa, terra da minha campa…
Quando eu morrer, quero que, pela última vez, aqueles que me conheceram sorriam e deitem sobre a minha recordação, sobre o meu frio leito de morte, cravos vermelhos porque estes são o símbolo da liberdade, da minha própria liberdade selvagem, da minha própria existência sem grilhetas de espécie alguma…
Quando eu morrer, quero que as pessoas que eu amei me prestem a sua última homenagem, se a tiverem, lembrando os momentos bons que porventura tive a felicidade de lhes dar, lembrando as conversas que tivemos e as dores que partilhámos, as lágrimas que um dia foram nossas…
Quando eu morrer, espero que ninguém dê lugar à tristeza porque triste é a vida com o ódio a que os homens se votam, triste é a diferença sem nexo que existe entre os homens e criada por eles mesmo…
Quando eu morrer, desejo que bebam e dancem em minha memória e das noites que partilhámos, quero que as recordações de mim sejam leves como leve é a música, como leve é o fumo do cigarro dividido entre as bebedeiras que curtiram a meu lado…
Quando eu morrer, desejo que as minhas palavras não sejam entendidas como uma justificação para a minha morte, são apenas uma espécie de testamento pois não é material a minha herança, esta deverá ser constituída apenas pelas simples recordações de uma vida onde, muitas vezes, os outros se tornaram tão ou mais importantes que o meu próprio ser, que a minha própria existência. Às vezes torna-se curioso como eu sou os outros, como tu és eu…
Quando eu morrer, quero que a solidão a que me votei tantas vezes e o negro que enverguei sejam entendidos como os espelhos de tudo o que vivi ou dei a viver porque a minha alma vive o nome que adoptei e morre um pouco de cada vez que os seres humanos aos quais pertenço se divertem a magoar, a ferir, a destruir…
Quando eu morrer, gostaria que o meu corpo fosse destruído pelo fogo, vadiasse pela terra e repousasse para sempre na dispersão do mar, para que parte de mim esteja sempre algures pois, no que respeita à minha alma, ela viverá, creio, numa solidão igual a si própria…
 
 
 
“Pensamentos Incompletos” – Homem de Negro
Bar-Pub Sécristia, 6/4/1991


vadiado por homem de negro às 12:13
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Sexta-feira, 23 de Fevereiro de 2007
20 anos após a sua morte...
      Zeca Afonso é hoje recordado em Portugal
 

O autor de temas como Grândola Vila Morena, faleceu há 20 anos. Em Vigo há quem queira atribuir o seu nome a uma rua da cidade.

José Afonso, ou Zeca Afonso como ficou conhecido, nasceu em Aveiro mas cresceu entre Angola, Moçambique, Belmonte e Coimbra. Foi na cidade dos estudantes, onde frequentou o Liceu D. João III e a Faculdade de Letras, que Zeca Afonso procurou e se deixou descobrir pelo fado de Coimbra.

Teresa Portugal, deputada e mulher de António Portugal, que acompanhou José Afonso à Guitarra, garante que “o Zeca era um cantor multifacetado”.

Ao viver de perto as emoções de Zeca Afonso, Teresa Portugal recorda que Zeca Afonso, nos tempos de estudante, “buscava uma música que ainda não tinha”.

Um homem complexo mas simples, Zeca Afonso “visitava as velhas da zona alta de Coimbra e conversava muito com a gente. Era um estudante que tinha mais amigos na população do que na comunidade de estudantes”, recorda Teresa Portugal.

O estudante, que se tinha entregue ao fado de Coimbra, procurava que lhe ensinasse mais sobre a música portuguesa. Por isso, salienta Teresa Portugal, “o Zeca conhecia as figuras mais carismáticas das cidades e entre elas procurava as que falavam das raízes musicais”.

Teresa Portugal redigiu um texto em memória de Zeca Afonso que foi votado por unanimidade. Por isso mesmo, a deputada afirma que "este é um texto que pertence a todos os partidos".

A chamada canção de intervenção surgiu mais tarde e acabou por este género musical que marcou um período importante da História de Portugal.

Em 1953, gravou os primeiros discos: «Fado das Águias» e «Outras Canções». Em 1960, editou «Balada de Outono». Era então professor do ensino secundário, tendo leccionado em colégios particulares, por todo o país.

Vítima de perseguição do regime ditatorial, Zeca Afonso chegou a ser preso e teve mesmo de deixar de exercer a sua profissão de professor que exerceu em Portugal e em África.

A data é hoje celebrada um pouco por todo o país, através de diversas iniciativas, e também além fronteiras. Em Vigo, Espanha, existe mesmo um movimento que pretende atribuir o nome de Zeca Afonso a uma rua da cidade.

Os líderes deste movimento argumentam que foi aqui que Zeca Afonso cantou pela primeira vez em público o tema “Grândola Vila Morena”. A canção faz parte do álbum Cantigas de Maio e foi a senha da revolução dos Cravos que trouxe a liberdade e democracia a Portugal.

 Paulo M. Guerrinha @




vadiado por homem de negro às 11:11
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Segunda-feira, 19 de Fevereiro de 2007
Tempo de folia...

 

     Não me vejo mascarado, não sei porquê... Mas devia tirar esta máscara e colocar uma outra, que demonstrasse que sou um gajo bem disposto e bastante feliz... Que levo os meus dias alegrando o meu coração com os sorrisos e abraços do meu filho e a sua boa disposição quase constante...

     Assim sendo, se ele é a razão da minha felicidade, há que agradecer-lhe tudo o que de bom (e mesmo o mau) me dá, proporcionando-lhe um crescimento o mais feliz possível.... Sempre que posso lá desencanto uma cena qualquer para fazermos os dois....

     Portanto, é Carnaval, houve cortejo lá na terra e aqui está o meu aranhiço, que foi a fatiota que ele quis este ano... Abençoados chineses que fazem estas cenas tão baratinhas... A máscara foi improvisada porque a outra não estava lá muito ao jeito dele...

          Eu mascarei-me, como é costume, de fotógrafo, de colete e máquina fotográfica, fotografando para mais tarde recordar... Quando for velhote ainda hei-de guardar estas imagens...

     E foi uma tarde engraçada, com bastante convívio, com alguns copos à mistura, com um lanche de frango de churrasco e doces caseiros, que o meu menino adorou: "Pai, o bolo de cenoura é o melhor..."

     Bom Carnaval... A gente vê-se por aí...



vadiado por homem de negro às 12:19
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Sexta-feira, 16 de Fevereiro de 2007
Fim de semana...

 

 

Até eu, se pudesse, se não tivesse que ir trabalhar, este fim de semana dava umas pedaladas... e devidamente coberto para não me constipar, que isto de andar por aí a pedalar tem que se lhe diga...

Seja como for, bom fim de semana, companheiras e companheiros... Sejam felizes...

A gente vê-se por aí...



vadiado por homem de negro às 18:07
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Quinta-feira, 15 de Fevereiro de 2007
Nós dois...

 

 


Posso-te sorrir no escuro
E pensar que tu nem vês
Posso-te beijar com os olhos
E pensar que tu nem sentes
Desenhar todas as curvas
De que é feito o teu corpo
Penetrar-te nos teus sonhos
Com a ponta dos meus dedos, os dedos

Que vai ser de nós dois

Com as ancas me conduzes
Com os braços tu me apertas
Com os seios me seduzes
Como o mar e as descobertas, abertas

O que vai ser de nós dois

Que vai ser de nós dois
O que virá depois
Que vai ser de nós dois

 

Xutos & Pontapés




vadiado por homem de negro às 09:45
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Quarta-feira, 14 de Fevereiro de 2007
Porquê?

 

 

Voa para longe minha dor

Leva esta lágrima

Dá de beber a este sentir...

Eu quero apenas um sorriso

Um olhar que me encanta...

Uma mão que me acaricia...

Um olhar que me beija

Um ser que está ali...

O vento que me sopra murmúrios...

O sol que me acaricia a pele

Nós dois, à beira do mar...

De mãos dadas, felizes?

A chuva que embala

Um coração que já não bate

Não ama, não sente, não dói ...

Busco-te em devaneios de loucura

Que só a minha mente conhece

Hoje, amanhã, sempre

Morro um bocadinho, todos os dias

Porquê?

 



vadiado por homem de negro às 18:50
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De pequenino...

- Pai, amanhã é dia dos namorados...

- Pois é pá, tens de levar uma flor para a tua namorada lá da escolinha...

- Ai é? Mas eu não tenho flor...

- Pedimos à avó que ela vai buscar ao jardim dela...

E lá fomos hoje com um cravo vermelho, com pequenos rebentos à volta. Cheirava bem a danada da flor, mas a coragem começou a faltar quando nos aproximávamos da escolinha.

- Já não quero, pai, leva a flor para casa...

- Qual quê, pá, hoje tens de ser amigo da tua namorada... Quando ela chegar já sabes, tens de lhe dar a flor e dizer "Feliz Dia dos Namorados"...

Lá ficou ele e a flor, esperando pela pequenita que ainda não tinha chegado...  Encontrei-a pelo caminho e disse-lhe para ela ir ter com ele e pedir a flor que ele tinha levado... Ela sorriu-me com um daqueles sorrisos de gaiata que me enchem de luz, a mãe dela ficou encantada...

Terá corrido bem?



vadiado por homem de negro às 18:10
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Dia dos namorados...

Como a época é de carinho, amor e paixão aqui vos deixo algumas imagens que encontrei na net acerca do dia de S. Valentim...

Tudo começa assim...

continua assim...

 

com sorte, chega aqui...

o problema é se acaba assim...

A gente vê-se por aí...

 



vadiado por homem de negro às 10:38
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Quarta-feira, 7 de Fevereiro de 2007
Uma última vez?

 

    

     Olhou a estrada que se estendia à sua frente ladeada por vegetação que normalmente seria verde, mas que naquela fria manhã se apresentava branca, coberta com uma camada de geada, daquela capaz de tudo queimar à sua passagem. Lá fora um frio de rachar, com as temperaturas a atingirem valores negativos, e uma névoa a pairar no ar, mas… sorriu… ainda que estivesse muito frio, sentia-se confortavelmente quente, sentia o coração em paz, como já não sentia há muito tempo…
     O encontro fora num centro comercial qualquer da cidade que tinham escolhido para se encontrarem dessa vez, olharam-se com um carinho infinito que o tempo e a distância nunca diminuíram, ele amou-a novamente com o olhar, ela correspondeu com o sorriso, assim que se apanharam sozinhos beijaram-se, demoradamente, como sinal daquilo que dariam um ao outro nessa noite. Uma vez mais, ele sentiu nela tudo o que desejava para se sentir vivo, o olhar malandrito , o sorriso iluminado, o rosto meigo, o corpo que pedia amor…
     Jantaram num restaurante com bom aspecto, mas a comida apenas serviu para que se seduzissem ainda mais com o olhar, desejando brutalmente o momento em que estivessem sós, apesar das muitas dúvidas que lhes assaltavam a mente. Pois, nessa noite, se o desejo que tinham um do outro se concretizasse, ela seria dele e ele dela, ainda que por breves instantes, ela deixaria de ser de outro alguém e vida que os tinha separado à partida, juntá-los-ia agora, torná-los-ia um só…

     Ainda que o tempo tivesse apenas um minuto, ele teria o valor de uma vida inteira… A vida que os fez perder pelas ruas daquela cidade que acolheu o amor deles nessa noite, a mesma vida que um dia os fez olhar um para o outro em caminhos vadios, seria agora, ainda que por instantes breves, uma só, eles seriam um só. E como o desejavam …
     Voltou a olhar o caminho que percorria e as primeiras luzes do dia. Sorriu para si, novamente… Ainda tinha nos lábios o sabor dela, ainda sentia no corpo os seus carinhos e o seu cheiro de fêmea vibrante que lhe mostrara o seu lado mais terno, mais intenso, mais forte, mais selvagem, mais mulher. Amanheceram juntos naquela manhã fria, quando se separaram o sol não tinha ainda nascido, olharam-se com aquela ternura que partilharam durante a noite numa cama revolta que abraçava corpos em fogo, seres em êxtase, amantes em delírio.
     Fizeram amor uma e outra vez e mais outra ainda, de mãos dadas, olhos nos olhos, em perfeito deleite, em pura comunhão, ele querendo-a, ela desejando-o, ele acariciando o corpo fremente dela, ela murmurando o nome dele entre ondas de prazer. Lábios ardentes, colados, húmidos, línguas enroladas, tocando-se, deleitando-se... De mãos dadas e olhos nos olhos, sempre, fizeram, efectivamente, amor…
     Enquanto a estrada se perdia atrás de si, recordava, pensava no que tinha vivido, na felicidade que lhe tinha sido oferecida por aquela mulher simples, que ele tanto adorava. O sol nascia, finalmente, em todo o seu esplendor, aquecendo aquela fria manhã e dissipando a névoa. Mas não seria preciso que ele viesse naquele dia porque, no coração dele, o sol tinha nascido nessa noite, da mesma forma que tinha nascido nas outras vezes em que tinham estado juntos. E, para ele, tal como para ela, este sol nasce efectivamente todos os dias…
     Porque simplesmente lhes basta estarem juntos para serem felizes… Quando puder ser, porque, como diz a canção, a vida é feita de pequenos nadas…


vadiado por homem de negro às 16:57
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Segunda-feira, 5 de Fevereiro de 2007
Quase...

'Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Mário de Sá Carneiro



Quase dá-nos a possibilidade do tudo, próximo de...

Já basta a hipocrisia do dia-a-dia em que temos que sorrir por diplomacia, em que temos que ser simpáticos pelas normas impostas, em que nem sempre podemos ser frontais em nome do bom senso, do nosso carácter, do que somos sem influências exteriores...da nossa essência...
Também me pergunto, por vezes, porque não mais? porque não já? Daí a mimalhice de que me acusam...e a resposta chega... porque não é tempo, ainda...
Nem cobardia, nem falta de coragem, força/energia/vontade... porque a verdade é um extremo que não toca com o outro - a mentira - prefiro a vida, na sua plenitude, vivida intensamente, à transparência, mesmo quando alguns só vêem opaco...
O nada... nada é... é apenas uma sombra que faz o contraste do querer, do ir mais além, do seguir e olhar o Sol, mesmo em dias de eclipse...
A importância das atitudes ganha-se nos pormenores, nem sempre lineares, nem sempre simples...mas sempre incontestáveis!

A saudade rima com distância, mas também com a pureza e doçura de um sentimento que permanece... sempre... para os amores impossíveis, tempo... sem dúvida, para as impossibilidades – soluções... se termina por ser impossível, nunca teve um início, nunca adquiriu forma, não obteve espaço próprio num coração... porque o medo é segurança mas só nos limita, porque o destino fazemo-lo cada um de nós...

Se os momentos são como peças de um puzzle, que não se perca nenhuma...

Beijo


Este comentário espectacular foi deixado pela kitty, do www.tram-po-lim.blogspot.com,  no texto do Fernando Pessoa. Deliciem-se...


vadiado por homem de negro às 17:06
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Sexta-feira, 2 de Fevereiro de 2007
Parabéns...

 

 

Conheci-te neste mundo virtual e hoje considero que, efectivamente, ainda bem que passámos longas horas a discutir o que significavam as palavras que ia deixando no meu blog...

 

 As tardes e noites de chat que passávamos a conversar e a dar na cabeça um do outro valeram muito porque...

 

Há pessoas que passam pela nossa vida e nos marcam de forma triste. Outras, deixam atrás de si um perfume que emana do seu ser e que encanta a nossa forma de existir... Simples, forte, doce, amiga...

 

Tu és uma dessas pessoas Idade da Loba, tu a quem ternamente chamo minha lobazana favorita ou lobita do meu coração...

 

Parabéns, loba, pelo teu aniversário, que cumpras muitos e que eu cá esteja para te felicitar...

 

Porque, eu que sou eu, gosto muito de tu que és tu…

 

Só tu sabes...

 



vadiado por homem de negro às 16:42
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Um ano de blog...

     Faz hoje um ano… Timidamente, com pequenos textos, procurei um cantinho para colocar as minhas coisas… Depois, ganhando confiança, os textos começaram a ser maiores, mais intensos, mais profundos… Mais tarde vieram os poemas, as fotos, os links, os comentadores habituais, as parcerias com outros seres do mundo dos blogues, os textos eróticos, as histórias de amor, as lágrimas dos outros…

     Deixei por aqui conta de muitas das minhas lágrimas, deixei cá a maior parte das minhas alegrias, registei aqui as “minhas coisas”, a minha vida e condição de homem separado que ama intensamente o filho que tem… A pouco e pouco a tristeza foi ficando lá mais para trás com o afastamento de uma das maiores dores da minha vida. Sofri tanto quando a minha irmã morreu, sofri tanto quando a minha mulher se foi embora, sempre pensei que isso “nunca me aconteceria”, mas este local ajudou-me a exorcizar esses fantasmas. Pelo menos a saber ir vivendo com eles…

     De vez em quando lá surgiram as histórias tristes dos outros como os desaparecimentos de pequeninos seres que a vida levou, em textos como “A menina da net” ou “Para Laurinha-dos-olhos-cor-de-céu…” ou então os comentários sentidos e chorados no blog da Hatamae (nunca me esqueci de ti, minha mãe coragem)… Ou então as recolhas de poesia da Florbela, do Régio, do Saramago, do Pessoa, que a minha condição de solitário me foram permitindo conhecer melhor pelo maior vagar que vou tendo…

      Tracei a imagens das minhas câmaras algumas das, como diria o meu meninito, coisas lindas, trazendo para cá parte do meu caminho e de alguns dias bonitos que tive o prazer de viver. O pôr-do-sol, o mar, as gaivotas, símbolo deste meu buraco, as férias, os aniversários, os Xutos, as ferias em terras alentejanas, os dias perdidos em vadiagens sem fim…

     Devagarinho, este cantinho começou a ser mais alegre, com as histórias do “meu homem” (em dias de chat tantas vezes que me perguntaram se eu pegava de empurrão), com o futebol, com o meu benfica e com a minha briosa, com algumas apontamentos de cariz político, com as histórias das minhas andanças atrás dos Xutos, no fundo, como diria mestre Tim, com “a vida tal como ela é…”

     Valeu a pena fazer este caminho, seguramente que vai valer a pena continuá-lo. Com todos vocês que passam por aqui para ver das minhas coisas, com os amigos e amigas que encontrei neste mundo virtual, com todas as histórias que ainda tenho para escrever, com todas as merdas que me apetecer dizer…

     O blog do homem, o cantinho do vadio, faz hoje um ano… Obrigado…

     Ah pois, já sabem, a gente há-de sempre ver-se por aí…

 



vadiado por homem de negro às 11:15
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Quinta-feira, 1 de Fevereiro de 2007
Viva...

 

 

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi

 

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono.

 

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.

 

Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

 

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

 

Prós erros, há perdão; prós fracassos, chance; prós amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

 

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.


Fernando Pessoa

 


vadiado por homem de negro às 12:50
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