Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!
Florbela Espanca
De pequenino é que se torce o pepino...
Ou então:
O trabalho do menino é pouco mas quem o perde é que louco...
Um bom fim de semana, companheiros, a gente vê-se por aí...
Nada escrevo neste papel
Porque prefiro sentir...
A doce recordação de ti
O teu olhar a sorrir...
As mãos que se enlaçam
Com medo de se perderem
Os olhos que se encantam
Sem medo de se amarem...
Dois seres num só
A alma que partilha amor
Ficar juntos ao por do sol
Envolve-os suave torpor
Apartam-se tristes e sós
Muito e por demais distantes
Separam-nos uma vida inteira
Dois eternos amantes...
Chove torrencialmente pelo que o fim-de-semana que se avizinha vai trazer muitas saudades de dias mais ensolarados como esse que fotografei um destes dias. Convite ao sofá, a uma boa leitura, a ver um filme, ou simplesmente a não fazer nada. Ou então a ouvir a chuva cantar nas vidraças enquanto se vivem outras vidas...
Seja como for, um excelente fim-de-semana...
A gente vê-se por aí...
Assinala-se hoje o dia do mar, elemento com uma importância fundamental na minha modesta existência, como aliás tem sido óbvio neste blog. Fica uma foto do mar de Peniche...
Hoje, 16 de Novembro de 2006, é dia de aniversário de José Saramago, o nosso atravessado-na-garganta-de-muita-gente Prémio Nobel da literatura.
Parabéns camarada. A gente vê-se por aí
Em dia de muito sol e algum calor à mistura, e como o prometido é devido, eu e o meu meninito lá nos fizemos à estrada para ver o mar, brincar na areia, fugir das ondas e apreciar um pôr-do-sol daqueles bonitos, de nos encher a alma e por os olhos a brilhar. Levamos duas máquinas fotográficas e um telemóvel com câmara para podermos matar o vício à vontade...
A figueira da Foz apresentou-se ensolarada, com o mar a brilhar ao longe e a zona das salinas a reflectir a maravilhosa luz desse dia. O sonho de qualquer fotógrafo, poder contar com uma boa luz natural para as suas imagens. E com uma excelente companhia...
Buarcos foi o local escolhido por um lado porque é bonito e, por outro, porque o mar é a dois passos da estrada. Foi estacionar e zarpar para a praia, ele com a maquinita ao pescoço, eu com o "canhão" grande a postos, esperando pelo pôr-do-sol para fazer as imagens que tanto gosto de mostrar aqui...
(imagem feita pelo meu meninito)
Um bodyboarder e um pescador submarino por ali andavam e o meu meninito não descansou enquanto não foi ver os caranguejos e o peixe que estavam dentro do saco, pousado na areia. Olhou para mim com um sorriso e eu perguntei-lhe "Então, pá, o que era?". Respondeu-me: "Cauangeijos, pai, e um peixe..."
Fizemos mais de 150 fotos, com o danado do puto a disparar praticamente sobre tudo o que mexia. Mas o que ele gosta mesmo é de fotografar com o telemóvel, enquanto houver memória que aguente e motivos para dar ao gatilho...
A determinada altura pousei o equipamento e entretive-me a atirar pedrinhas para o mar mais o meu meninito. E era vê-lo fugir das ondas mais atrevidas que subiam a praia... Nestas alturas, valem ouro o seu sorriso e a minha paz, sinto-me tão descontraído e de bem com a vida que dez minutos com ele a meu lado, valem todas as dificuldades de uma semana de trabalho...
Ou então é o pôr-do-sol de Outono da Figueira da Foz que faz maravilhas porque eu vim de lá de bem com a vida e o meu meninito, assim que entrou no carro, depois das muitas correrias a beira do mar, adormeceu e dormiu todo o caminho... Nem acordou quando parei em Tentúgal para comprar uns pasteis para adoçar a boca aos avós...
Foi efectivamente um Domingo de "coisas lindas", como o meu menino queria ter... Passear, fotografar, ver o mar, brincar na areia e ao fim do dia ver o pôr-do-sol... Que ele tanto gosta... Nessa noite dormimos que foi uma maravilha...
A gente vê-se por aí... A contemplar o pôr do sol à beira do mar...
Não vejo muita televisão, especialmente os chamados programas de entretenimento, que abomino. Perco-me normalmente por séries e por bons filmes, sejam eles estrangeiros ou os nossos, tal como o "Crime do Padre Amaro" recentemente exibido, ou por um bom livro... Ainda recentemente li "O principezinho" que me deixou encantado...
Calhou, ontem à noite, estar à conversa com a minha mãe e ela estar a ver um programa de música, creio que da TVI, no qual ouvi um testemunho que me deixou as lágrimas a correr pela cara abaixo... Uma mulher, linda, sardenta, de cabelos meio-ruivos , falava da sua vida, do irmão com paralisia cerebral, acamado, da mãe que tinha sido operada e tinha perdido o andar, deixando de poder cuidar do irmão, o que a tinha obrigado a ela a deixar o trabalho para poder cuidar dos dois...
De rosto erguido e de lágrimas nos olhos, falou que tinha perdido os sonhos de ter uma família, um marido, filhos, que o seu filho era o seu irmão, de quem cuidava a tempo inteiro, isto para além de tomar conta igualmente da mãe. Para subsistir tinham a pensão do irmão e o dinheiro dos bolos que fazia para fora, sendo que o que mais saída tinha era o bolo de queijada de Sintra... Vi a sua casa, o irmão, a mãe, a sua vida de dificuldades, os seus olhos tristes, o carinho com que coçava as costas ao irmão, alimentava e acarinhava, a força com que enfrentava a vida...
Os seus olhos deixaram os meus a chorar pela força que mostrou ter, pela coragem, pela luta, pela vida difícil que enfrentava... Uma grande mulher... Quantas vezes passamos a vida a lamentar-nos, a queixar-nos de coisas comezinhas, no fundo de "barriga cheia" perante algumas dificuldades que outras pessoas têm e que tornam as nossas tão fáceis de viver? Cada vez que olho para o meu puto, a correr, todo transpirado, a doidejar, a ser criança, penso que sou um homem de sorte por ter um menino assim e por poder sair com ele e ir ver "coisas lindas", como ainda fizemos ontem...
Que dizer perante isto? Que sentir? De que me queixo eu? Porquê? É certo que tenho muitas saudades de ter a minha própria família mas, mesmo assim, cada vez mais acho que sou um felizardo... E às vezes dizem-me que já não há heróis ...
A gente vê-se por aí...
A verdade é que agora que começam a aparecer os primeiros dias frios, tenho muitas saudades de andar de calções, t-shirt, chinelos e fazer isto a meias mais o meu meninito
Mas também é verdade que estas noites frias nos começam a puxar para os casacões, o para carinho do lar e lembram pequenos prazeres da vida como este
carinhosamente embaladas em papel de lista telefónica ou jornal para ir comendo enquanto se percorrem as ruas da cidade...
Bom fim-de-semana, um bom Verão de S. Martinho e, se der, vão molhar os pés ao mar que ele há-de ter saudades vossas. Eu quero ver se vou...
A gente vê-se por aí...
Os dias parecem-me mais bonitos quando o meu filho fica comigo, especialmente quando me levanto de manhã cedo para lhe dar o leitinho e umas bolachinhas ou um manhãzito. E são mais bonitos os dias em que o vou levar à escolinha e ele afivela um grande sorriso no rosto, de mão dada comigo, e diz aos outros "É o meu paizito...". Até pode estar a chover...
A manhã de hoje foi como tantas outras, lá fomos a caminho da escola, sempre a correr, de fato de treino porque hoje é dia de ginástica ("Eu dou uma voltinha. Estou bem pai?"), o primeiro ritual é levá-lo às cavalitas até quase à porta, fazer carantonhas ao porteiro electrónico, ver o que é o almoço, subir as escadas, tirar o blusão, vestir o bibe, ir fazer um xixi e ir deixá-lo na sala dele...
O problema mesmo é sair de lá. De facto, baixo-me para dar um abraço "à homem, com palmadas nas costas" e então é ver toda aquela passarada a voar na minha direcção para levar um abraço meu, igual ao que dei ao meu filho, à homem, com palmadas nas costas... Parece um bando de gaivotas na praia a voar em direcção ao mar... Encantador...
Hoje calhou aos mais pequeninos, dei um beijinho à princesa Nônô e todas as meninas quiseram um beijito, dei um abraço a um meninito que entrou este ano e todos os terrores quiseram um abraço meu porque "tu és fixe...". Confesso, saio de lá com o coração tão cheio de luz que não me importava de ficar lá o dia todo, as próprias educadoras ficam a olhar para aquele bando de gaivotas a esvoaçar à minha volta e a perguntar-me se não quero ficar lá...
Bem que eu queria... Que pelo menos estes são verdadeiros, são apenas o que são e dão carinho em troca de carinho, nada mais exigindo, nada mais entregando... E é tão simples amar...
A gente vê-se por aí...
De vez em quando sabe bem pousar a máquina fotográfica e ir a um casamento ou a um baptizado apenas como convidado, sem fatinhos e gravatas, usufruir de um dia de convívio sem o corre-corre de um dia inteiro a tirar fotos, a fazer provas, fazer vendas, contas, conduzir, andar por aí quase às vezes 24 horas seguidas...
Assim sendo, um destes domingos de sol, lá fui eu mais o meu meninito assistir a um baptizado, ainda que tivesse sido logo cravado para filmar, foi sob o compromisso de não se poder fazer reparos ao trabalho final e de haver alguém que me "pusesse o olho" ao puto, pelo menos na igreja... Filmar apenas por divertimento e fazer umas fotos só para curtir...
Devo dizer que o meu homenzito encheu-me de orgulho, portou-se lindamente na igreja, de mão dada com a avó da menina que ia ser baptizada, embora perguntasse porque é que não podia ir para ao pé de mim. Como se a senhora respondesse que ele me iria atrapalhar, ele respondeu logo "Mas eu quando estou com o meu pai nunca o atrapalho..."
Decorrida a cerimónia, lá fomos para a quinta para os petiscos, fotos e jantar. Assim que estacionámos, chegou ao nariz do puto o cheirinho a grelhados e ele tratou logo de saber de onde vinha tão delicioso cheiro. Identificado o homem que estava a fazer o trabalho, perguntou se podia comer daquelas "coisas boas que aquele sinhor está a assar...".
"Claro que sim, pá", respondi-lhe eu, "pegas num pedacinho de broa, num palito, espetas, pões em cima da broa e vais petiscando o que quiseres...". E pronto, era vê-lo de palito em riste a deliciar-se com os pedacinhos de entremeada, febra, salsicha, negrito, morcela de arroz, cacholeira, etc., com um suminho de laranja a acompanhar...
Deixei-o andar à vontade mas, passado um bom bocado, apercebi-me que ele ainda continuava com o mesmo pedaço de broa na mão. Disse-lhe então "Olha lá pá, a broa também é para comer, não é só a carne". Resposta do miúdo "Não é não, pai, a broa é para por a chicha em cima, foste tu que disseste..."
Foi um dia porreiro, a quinta era simpática e ele adorou andar de volta da piscina, tirar as fotos da praxe, brincar com os outros miúdos em corridas infindáveis e muitos trambolhões, enfim, ser criança. Que me parece que muitos pais não sabem exactamente que ser criança é correr, cair, sujar-se, transpirar, fazer parvoíces, correr outra vez, sujar-se outra vez, para algumas pessoas as crianças são adultos em ponto pequeno e, como tal, devem portar-se à altura. Detesto ver miúdos engravatados...
E depois, para comer um prato de sopa e uma bola enorme de puré com tamboril e repetir, é preciso ter primeiro queimado as calorias dos grelhados que comeu à tarde. O chato é que acabei por fazer a viagem sem ter com quem conversar porque o meu amiguito , assim que começámos a rodar, adormeceu logo e dormiu o caminho todo...
Às vezes sabe muito bem ter um dia assim... A gente vê-se por aí...
As férias de verão estavam ainda fresquinhas na memória com todas as praias, piqueniques, jantaradas, pores-do-sol e locais bonitos por onde tínhamos passado. Os dias seguintes seriam passados a vadiar pelo Gerês, outro local que desejo visitar e fotografar à muito tempo, seria regressar a casa na sexta-feira, fotografar um casamento no sábado e, com dinheiro fresco no bolso, arrancar na segunda...
No fim de semana, no entanto, o meu meninito resolveu fazer das dele. A avó deu-lhe uma moeda de um euro para o mealheiro e eu, piscando-lhe o olho, lembrei-o que aquela moeda dava para três matraquilhos, pelo que não valia a pena guardá-la. O sacanita riu-se e disse logo para irmos enquanto, descuidadamente e a brincar, meteu a moeda na na boca. Avisei-o: "cuidado pá, vais-te engasgar", mas já era tarde, engoliu a moeda e ficou obstruído , com dificuldades em respirar.
Assustei-me, mas não perdi a calma. Abri-lhe a boca, tentei ver se a moeda estava "à mão de semear", nada, virei-o de cabeça para baixo e dei-lhe umas pancadinhas nas costas para ver se ela caía, nada, apertei-o daquela forma que se deve fazer quando uma pessoa está engasgada, nada na mesma, embora nessa altura ele já respirasse normalmente.
"Não vem para fora, vai para dentro", pensei eu, dando-lhe pão para comer. Ele disse-me que estava tudo bem, no entanto optei por levá-lo ao pediátrico para fazer uma radiografia, no sentido de eu próprio, embora sabendo que a natureza segue o seu curso, ficar mais descansado e descansar a mãe.
E lá vimos a moeda na radiografia, com ele a ficar muito triste por não poder levar a "turgafia" para mostrar aos avós e à mãe. Mas o mais engraçado foi a saída para os médicos que estavam a conversar com ele: "Então pá, engoliste uma moeda?", resposta dele pronta, como sempre, "pois foi, eu agora sou um migalheiro...". Escusado será dizer que a triagem rebentou às gargalhadas, isto pelas 11 da noite.
A semanita no Gerês foi-se pois podia haver o risco de ele começar a fazer febre e diarreia e necessitar de cuidados imediatos e eu, estando em casa, sei sempre com o que posso contar em termos de saúde. Optamos pela praia, fomos e viemos todos os dias, comigo sempre atento cada vez que ele ia ao bacio, para ver se o raio da moeda saía...
Lá saiu cerca de uma semana depois, completamente negra, como a foto demonstra. Guardei-a e de vez em quando mostro-lha e ele lembra-se logo. Ah pois e o castigo foi: matraquilhos só depois da moeda sair ...
A gente vê-se por aí...
Tarde de um Sábado qualquer em que não tenho ir trabalhar, chove imenso lá fora, não podemos sair, entretemo-nos a desenhar os dois, quando de repente ele me diz:
- Pai, quando voltamos a ir ver coisas lindas?
- Coisas lindas, filho?
- Sim pai. O pôr-do-dol, o mar, fugir das ondas, subir ao monte, ver os comboios... Isso pai, coisas lindas...
Abracei-o fortemente. Lembrei-me de um pedacinho de texto do Principezinho que diz qualquer coisa do género "O essencial não é perceptível, apenas se pode ver com o coração". E lembro-me de ter pensado que estou no caminho certo...
A gente vê-se por aí...
Confesso que o tema do ultimo texto que trouxe emprestado do blog do alentejano me afectou.... Muito mesmo, porque me trouxe à mente recordações com 15 anos e que hoje ainda me fazem verter lágrimas, especialmente em dias como o 1 de Novembro, em que passo o dia de campa em campa a levar flores e velas a amigos de outros tempos...
A eutanásia, para mim, deveria ser uma opção de quem sofre ou de quem pode, porque ama, decidir esse fim. E não digo isto de ânimo leve porque, há 15 anos atrás, quando a minha irmã teve um avc e morreu, se tivesse sobrevivido seria apenas um vegetal, perderia todas as funções que faziam dela uma mulher lindíssima, perderia o seu sorriso, perderia a fala, perderia a loucura saudável dos seus 20 anos...
E nós, eu e os meus pais, morreríamos todos os dias enquanto ela vivesse, por vê-la ali naquele estado, deitada numa cama provavelmente com um tubo a alimentá-la, certamente sem ver, sem sentir, sem gostar, sem amar, sem conseguir poder ser dona das suas necessidades mais básicas... E não vale a pena o argumento de que hoje em dia se recupera de um avc porque recuperam apenas aqueles que os têm ligeiros e é facilmente perceptível a dificuldade com que recuperam, agora imaginem um avc massivo...
Se ela tivesse sobrevivido, não nos assistiria o direito, porque a amávamos, de poder decidir terminar com o sofrimento dela? De poder, por assim dizer, "desligar a máquina", a quem tanto gostava da vida e por um fim a um estado em que não há volta, não há retorno? Não teríamos nós, os que a amavam, o direito de não querer morrer um pouco em cada dia porque ela estaria a morrer todos os dias? Seríamos egoístas por isso?
Ainda posso traçar outro cenário: imaginem a dor de uma mãe a ver a filha naquela situação, sabendo que ela nunca mais seria a sua menina que lhe dava algumas dores de cabeça, mas que nem era das piores, imaginem o que sentiria a minha mãe se tivesse de passar o resto dos seus dias cuidando de quem nunca lhe pudesse devolver um carinho, um beijo, agradecer uma festa, voltar apenas nem que fosse por breves instantes. Não teria a minha mãe o direito de, porque amava a sua filha, decidir que era tempo de parar com a agonia? Será que eu ainda teria mãe hoje?
"Foi melhor assim", foram as palavras de um familiar meu para mim, um médico analista que assistiu à autópsia. Na altura pareceram-me palavras tão cruéis para dizer a quem chorava lágrimas de sangue, demasiado cruéis, mas que hoje fazem todo o sentido, embora eu lamente profundamente que nós, caso ela tivesse sobrevivido, nunca pudéssemos demonstrar a minha irmãzita que a amávamos profundamente e que por tanto a amarmos lhe iríamos "desligar a máquina"...
O assunto é polémico, a lei dos homens é estúpida e o direito à vida ou opção de terminar com ela deveria pertencer a cada um, ainda que legalmente suportado num conjunto de pressupostos médicos, racionais, efectivos, reais, longe das ideias retrógradas e estúpidas da religião, no fundamento que cada um deve ser dono de si... Se morremos quando não queremos, porque não morremos quando queremos?
Choro... ainda choro hoje.... ainda choro muitas vezes pelas saudades que tenho dela... Mas, foi melhor assim...
A gente vê-se por aí...
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Luísa Maria, Viúva, 76 anos, uma vida de trabalho árduo e duro, criou com muita dificuldade 5 filhos, viu nascer 8 netos e um bisneto, há 3 anos um AVC “ Trombose” deixou Luísa numa cama em estado vegetativo, não ouve, não fala, não vê, não sente, apenas respira e é alimentada por um tubo que lhe entra no nariz e vai directo para o estômago, devido as complicações do seu estado foi amputada de uma perna, a ferida não sara, Luísa está a ser comida por bichos.
Ninguém a ama mais que os seus 5 filhos, amam tanto Luísa que não querem ver a sua mãe sofrer mais, acabar assim o resto da sua vida, quem sabe dai a uns dias sem a outra perna, os filhos de Luísa que tanto a amam querem a Paz da sua mãe, todos os cinco filhos pedem para que terminem o sofrimento de Luísa, mas uma Lei não deixa, Luísa tem que sofer, até morrer………...
Se morremos quando não queremos, porquê não morrer quando queremos?
Trouxe este texto do www.blogdoalentejano.blogspot.com, como sempre uma grande fonte de inspiração que, de vez em quando traz assuntos polémicos à ribalta da discussão. Saúdo a coragem deste nosso companheiro em trazer à liça assuntos que não são fáceis de debater...
Cheguem-lhe companheiros, vamos ver de que são feitos os vossos sentimentos. Será que poderemos fazer alguma coisa?
A gente vê-se por aí...
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