Primeiro, fui em busca de um abraço do meu filho, lá na escola. Depois, procurei o pôr-do-sol e deixei-me ficar, absorto nos meus medos, com um cigarro por companheiro. É engraçado, continuo sempre a precisar da solidão para lidar com as minhas coisas, nunca procuro a companhia de ninguém. Mais logo, hei-de dar um beijo ao meu filho que ainda não nasceu e abraçar a sua mãe. Porque tenho, por eles, de lidar com este medo que me cala fundo na alma...
Amanhã dou entrada no hospital para ser operado à vesícula, onde cresceu um cálculo enorme, com mais de 2 cm. Já sei que vou ficar sem a dita cuja e que hei-de andar a dieta por uns tempos, lá se vão os copos e as comezainas, e provavelmente também a barriguinha, mas isso é o menos preocupante.
É uma operação rotineira nos dias que correm, a "operação dos furinhos", mas não deixo de sentir algum receio. Não muito, é certo, mas fica sempre um friozinho na espinha quando se enfrenta uma sala de operações. Porque não sou só para mim, agora ainda mais há quem de mim precise...
Desejem-me sorte. Para que este não tenha sido o meu último pôr-do-sol. Nem o ultimo abraço. Porque também ainda me falta abraçar o Afonso...
Até já. A gente vê-se por aí...
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